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Estado de Minas

Rússia assume controle da Península da Crimeia

Militares ocupam locais estratégicos da região autônoma. Vladimir Putin não dá sinais de recuar, apesar dos apelos do Ocidente. Governo de Kiev põe tropas e reservistas em alerta


postado em 03/03/2014 06:00 / atualizado em 03/03/2014 09:57

Veículos militares, supostamente russos, são vistos perto de base ucraniana na vila de Perevalnoye, perto de Simferopol, capital da Crimeia(foto: Vasily Fedosenko/REUTERS)
Veículos militares, supostamente russos, são vistos perto de base ucraniana na vila de Perevalnoye, perto de Simferopol, capital da Crimeia (foto: Vasily Fedosenko/REUTERS)

Kiev – Com mais de 6 mil homens, a Rússia assumiu o controle da Península da Crimeia, região autônoma da Ucrânia. Com o apoio dos líderes regionais pró-russos, militares ocupam aeroportos, bases militares e postos de fronteira estratégicos. A reação do governo central da Ucrânia foi veemente, considerando a ação militar como invasão e uma declaração de guerra. Na véspera, a mobilização das tropas causou um enorme movimento diplomático e reações irritadas de líderes ocidentais. No sábado, o presidente russo, Vladimir Putin pediu e recebeu autorização do Senado de seu país para usar as Forças Armadas russas na Ucrânia, uma solicitação que justificou com a necessidade de defender os interesses e a segurança dos cidadãos de etnia russa que vivem em território ucraniano.

O primeiro-ministro ucraniano, Arseniy Yatsenyuk, acusou a Rússia de declarar guerra ao país e classificou que a atual situação da Ucrânia está “à beira de um desastre”. Em coletiva de imprensa no Parlamento ucraniano, o premiê convocou ajuda da comunidade internacional para pressionar Putin a retirar as suas tropas da Península da Crimeia. O presidente interino da Ucrânia, Alexander Turchinov, anunciou que o país fechou seu espaço aéreo aos aviões não comerciais. “Caso ocorra um ataque das forças russas, ele será considerado uma agressão", afirmou. “O comando russo das tropas na Crimeia lançou um ultimato às forças ucranianas para que antes das 5 horas (meia-noite no Brasil) de hoje entregassem suas armas e abandonassem suas unidades”, afirmou Turchinov. As unidades militares teriam sido bloqueadas pelos russos. Os soldados ucranianos não ofereceram resistência e não houve ataque, disse o presidente interino.

No sábado, o governo interino ucraniano ordenou que suas Forças Armadas estivessem de “prontidão para o combate” e emitiu ordem para desviar recursos financeiros e técnicos para um eventual conflito. Ontem, Andriy Paruby, secretário do Conselho de Segurança, que reúne os principais chefes de Segurança e de Defesa do país, afirmou que todos os militares reservistas foram convocados. Ucranianos de até 40 anos de idade são considerados aptos para o serviço militar. Diplomatas ocidentais duvidam que o Exército ucraniano seria capaz de conter as tropas russas.

Na região, a maioria dos moradores é de origem russa, mas possui cidadania ucraniana. “Se o presidente Putin quer ser o presidente que iniciará uma guerra entre dois países amigos e vizinhos, ele está (quase) alcançado esta meta”, disse Yatsenyuk. "Estamos à beira de um desastre. Não havia nenhuma razão para a Federação Russa para invadir a Ucrânia".

monitoramento Em meio à agitação diplomática a chanceler alemã, Angela Merkel, conversou com Putin, que afirmou que as medidas foram adequadas para defender cidadãos russos e indivíduos que falam russo de ameaças “persistentes”. Em conversa por telefone durante a qual Merkel expressou preocupação sobre os desdobramentos na Ucrânia, ela e Putin concordaram em continuar consultas bilaterais e multilaterais para buscarem a "normalização" da situação, afirmou o governo russo em comunicado. Segundo o governo alemão, Putin, aceitou proposta de Merkel para o estabelecimento de uma "missão de averiguação" sobre a situação, possivelmente sob a liderança da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).

O presidente do Parlamento da Crimeia, Vladimir Konstantinov, anunciou que no referendo convocado para 30 de março perguntará à população se ela deseja que a região tenha “estatuto estatal”. A data originalmente anunciada, 25 de maio, foi adiantada devido ao avanço das tropas russas sobre a região. Pouco depois da entrevista coletiva, um caminhão com escada retirou as bandeiras da Ucrânia da fachada do prédio, substituindo-as por bandeiras da Crimeia. Seis em cada 10 habitantes da Crimeia são russos étnicos. Konstantinov afirmou que o Legislativo da Crimeia não reconhece as novas autoridades de Kiev, empossadas após três meses de revolta popular.


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