(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Snowden oferece ajuda ao Brasil sobre espionagem e cogita asilo


postado em 17/12/2013 21:16

O ex-assessor de inteligência americano Edward Snowden, que revelou um esquema maciço de vigilância das comunicações mundiais a partir dos Estados Unidos, ofereceu sua ajuda para investigar a espionagem contra o Brasil e acenou com a possibilidade de pedir asilo ao país em carta aberta publicada no jornal Folha de S. Paulo.

Na "Carta aberta ao povo do Brasil", Snowden expressa a disposição de "auxiliar" nas investigações do Senado sobre as denúncias de espionagem americana contra cidadãos brasileiros.

Mesmo assim, lamentou que "até que um país conceda asilo político permanente, o governo dos Estados Unidos continuará interferindo na minha capacidade de falar".

Asilado provisoriamente na Rússia por um ano, Snowden não pede asilo ao Brasil na carta, mas segundo a 'Folha', seu objetivo é visitar o país.

O jornal citou como fontes o jornalista radicado no Brasil Glenn Greenwald, que divulgou boa parte dos documentos vazados pelo ex-analista, e o companheiro deste, David Miranda, que iniciou uma campanha para que o Brasil dê asilo a Snowden.

"O Brasil é um dos poucos países com força para lhe dar asilo", disse Miranda à AFP.

A campanha para pedir o asilo foi iniciada recentemente na internet, através da ONG Avaaz, especializada em petições públicas, e nesta terça-feira tinha 3.000 adesões.

Colaboração e asilo

Miranda afirmou que Snowden escreveu esta carta "explicativa" após questionamentos de porque não estaria colaborando com as investigações brasileiras sobre espionagem. "Fica claro que não pode, enquanto não tiver uma situação de asilo permanente".

O ministério brasileiro das Relações Exteriores informou não ter "nenhum pedido oficial" de asilo de Snowden e que só comentará o caso se isto ocorrer, disse à AFP um porta-voz do Itamaraty.

O governo indicou, no entanto, que "é difícil" que um pedido de asilo seja atendido, segundo declarações de uma fonte do Executivo à AFP.

Em julho, antes de a Rússia acolhê-lo temporariamente, o ex-analista da NSA havia pedido asilo informalmente a vários países, inclusive ao Brasil, um país com forte tradição de oferecer asilo, mas não foi atendido.

Na época, Bolívia, Venezuela e Nicarágua se declararam dispostos a recebê-lo e o avião do presidente boliviano, Evo Morales, foi forçado a fazer uma escala em Viena quando voltava de uma visita a Moscou, diante da suspeita da presença de Snowden a bordo. O Equador se disse disposto a estudar o asilo de Snowden se este o solicitar.

Reação 'inspiradora'

Responsável por vazar documentos confidenciais da Agência Nacional de Segurança (NSA) sobre operações dos Estados Unidos no Mundo, Snowden elogiou na carta a reação do Brasil de forte crítica à espionagem, que considerou "inspiradora".

A presidente Dilma Rousseff denunciou - na ONU e no Brasil - a espionagem americana que, segundo revelações da imprensa com base nos vazamentos de Snowden afetou as comunicações da própria presidente, a empresa Petrobras e cidadãos brasileiros.

Após as denúncias, Dilma cancelou uma visita de Estado a Washington em outubro. Em conjunto com a Alemanha, o Brasil apresentou na ONU um projeto de resolução sobre o direito à privacidade na era digital.

A carta de Snowden foi divulgada um dia depois de um juiz americano dar, pela primeira vez, um revés ao programa de vigilância da NSA, ao avaliar que as escutas a cidadãos privados violavam sua privacidade a um grau provavelmente inconstitucional.

Gigantes da informática na Casa Branca

Nesta terça-feira, o presidente americano, Barack Obama, recebeu as maiores empresas da internet e das telecomunicações dos Estados Unidos, alarmadas pela vigilância da NSA.

Estiveram presentes à reunião as empresas Google, Microsoft, Yahoo, Facebook, Twitter, Netflix, LinkedIn, Comcast e AT&T;, algo que a Casa Branca descreveu como uma "oportunidade para evocar questões de segurança nacional e as consequências econômicas da difusão de dados das operações de inteligência sem autorização", em alusão às revelações feitas por Snowden.

Segundo um participante do encontro, que pediu para não ser identificado, a reunião durou cerca de três horas e Obama falou durante duas horas com seus interlocutores sobre a NSA e seus programas controversos.

A Casa Branca rejeitou a possibilidade de negociar com Snowden, acusado de espionagem nos Estados Unidos, em troca dos documentos secretos que subtraiu.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)