(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Putin seduz Ucrânia com vantagens econômicas, apesar de protestos em Kiev


postado em 12/12/2013 18:25

O presidente russo, Vladimir Putin, apresentou nesta quinta-feira as vantagens econômicas de uma aproximação com Moscou à Ucrânia, enquanto os opositores pró-europeus, que iniciaram sua quarta semana de protestos, convocaram uma nova grande mobilização para domingo.

Os protestos -sem precedentes na Ucrânia desde a Revolução Laranja de 2004- começaram por causa da rejeição das autoridades em assinar um acordo de associação com a União Europeia no final de novembro.

A mobilização se tornou mais intensa depois da repressão aos manifestantes, no dia 30 de novembro.

Apesar de a Europa e, sobretudo, os Estados Unidos, apoiarem a oposição ucraniana, o presidente russo disse nesta quinta-feira que a Ucrânia tem a porta aberta para se integrar à união aduaneira promovida por Moscou.

"Não impomos nada a ninguém, mas, se nossos amigos quiserem, estamos dispostos a continuar o trabalho", disse Putin, sobre a participação da Ucrânia na união aduaneira, que inclui até o momento Rússia, Belarus e Cazaquistão.

Washington indicou que planeja inclusive adotar sanções contra a Ucrânia.

Já a UE propôs que a Ucrânia prepare um projeto para a aplicação do acordo de associação, contanto que Kiev se comprometa "claramente" a assiná-lo.

"Com base em um compromisso claro da Ucrânia em assinar esse acordo, vamos preparar um projeto", declarou o comissário europeu encarregado do assunto, Stefan Fule, após um encontro com o vice-ministro ucraniano, Serhiy Arbuzov.

"Interesses econômicos reais"

"Nosso projeto de integração está baseado em um princípio de igualdade e em interesses econômicos reais", assegurou o presidente russo.

A Rússia, acusada pelos ocidentais de pressionar economicamente e "intimidar" Kiev, desempenhou um papel decisivo para dissuadir a Ucrânia de se associar à UE, no momento em que a ex-república soviética está mergulhada em uma grave crise econômica.

Em Kiev, os opositores pró-europeus chegavam decididos nesta quinta-feira a sua quarta semana de protestos, um dia depois da tentativa frustrada da polícia de desmontar um acampamento armado em uma praça do centro da capital.

Os manifestantes montaram novas barricadas na praça, reforçadas com neve e sacos de areia, que deram um ar de campo entrincheirado ao local.

As tropas de choque tentaram dispersar os manifestantes da Praça da Independência na madrugada de quarta-feira, no mesmo dia em que representantes da União Europeia e dos Estados Unidos tentavam encontrar uma solução para a crise em Kiev.

Após esses acontecimentos, os Estados Unidos tomaram partido da oposição e anunciaram que planejavam adotar sanções contra o país.

"Não vou entrar em detalhes, mas planejamos algumas opções políticas [...] e as sanções são uma delas", declarou na quarta a porta-voz da diplomacia americana, Jennifer Psaki.

A oposição exige a renúncia do presidente Viktor Yanukovich, que no final de novembro se negou a assinar um acordo com a UE, discutido há meses, para se aproximar de Moscou.

"Continuaremos por pelo menos mais seis dias, com certeza", disse a cantora ucraniana Ruslana, uma das mais populares do país, que se apresentou durante a noite para os manifestantes.

No dia 17 de dezembro, o presidente Yanukovich deve se reunir em Moscou com Putin. Segundo a oposição, o chefe de Estado ucraniano pode assinar um acordo de adesão de Kiev com a união aduaneira, embora as autoridades ucranianas tenham negado.

Em seu retorno de uma missão de conciliação de dois dias em Kiev, a representante da diplomacia da UE, Catherine Ashton, afirmou nesta quinta-feira que havia recebido do presidente ucraniano garantias de "querer assinar o acordo de associação".

O vice-primeiro-ministro russo, Igor Shuvalov, disse à rede de televisão Rusia 24 que Kiev tinha vontade de cooperar com Moscou, principalmente no âmbito industrial.

Em recessão e perto da quebra, a Ucrânia busca também obter de Moscou uma redução no preço do gás ou um empréstimo de bilhões de dólares.

O conselheiro diplomático do Kremlin, Yuri Oshakov, disse, no entanto, que é "cedo demais" para falar de assinar um acordo sobre o gás.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)