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Estado de Minas

'Sexta-feira da ira' deixa primeiras vítimas fatais no Egito


postado em 16/08/2013 12:25

Os partidários do presidente islamita deposto Mohamed Mursi começaram a protestar nesta sexta-feira no Egito, onde já foram registradas as primeiras vítimas fatais, em protesto pelo violento desalojamento de seus acampamentos no Cairo e pelos confrontos posteriores que deixaram centenas de mortos.

Pelo menos 12 pessoas já morreram nesta sexta-feira no país, segundo um balanço do ministério da Saúde.

O governo anunciou quatro mortes em Ismailiah, no Canal de Suez, e oito em Damietta (norte), sem informar se eram manifestantes ou membros das forças de segurança.

Mas o balanço pode ser mais elevado.

A "Aliança contra o Golpe de Estado", uma coalizão que apoia Mursi, afirmou que pelo menos 25 pessoas morreram apenas na praça Ramsés, no centro do Cairo, principal ponto de encontro dos manifestantes islamitas.

Fontes dos serviços de segurança, que pediram anonimato, afirmaram à AFP que cinco pessoas morreram em Ismailiah, e não quatro, todos elas manifestantes partidários de Mursi, vitimados por ações das forças de segurança, autorizadas pela primeira vez a abrir fogo contra os opositores.

Além disso, na periferia do Cairo, um policial morreu no ataque a um posto de controle por homens armados, segundo uma fonte das forças de segurança.

Tiros esporádicos eram ouvidos em vários bairros da capital.

Confrontos também eram registrados em outras grandes cidades do país, como Alexandria (norte), Beni Sueif e Fayum, ao sul do Cairo, e na cidade turística de Hurghada, às margens do mar Vermelho.

A Irmandade Muçulmana, confraria da qual Mursi é proveniente, convocou uma "sexta-feira da ira" com novas manifestações no Cairo após as mortes de quase 600 pessoas na repressão registrada nos últimos dias.

A comunidade internacional teme outro dia de violência no país, onde na quarta-feira a violenta desocupação de dois acampamentos de simpatizantes do presidente islamita Mohamed Mursi, derrubado pelo exército em 3 de julho, e os posteriores confrontos deixaram 578 mortos, segundo o ministério da Saúde.

A Irmandade Muçulmana cita 2.200 mortos e mais de 10.000 feridos, no dia mais violento no Egito desde a queda de Hosni Mubarak, em fevereiro de 2011.

A "sexta-feira da ira" provoca inquietação em todo o mundo, e o presidente francês, François Hollande, pediu junto à chanceler alemã, Angela Merkel, um "consenso urgente" na Europa sobre a crise egípcia, anunciou a presidência francesa.

Em uma conversa telefônica nesta sexta-feira, os dois defenderam o fim imediato da violência, segundo um comunicado da presidência.

Também pediram um consenso urgente europeu e solicitaram uma reunião rápida dos ministros das Relações Exteriores da União Europeia, na próxima semana.

Já as autoridades egípcias, designadas pelo exército, autorizaram a polícia a abrir fogo contra os manifestantes que atacarem bens públicos ou as forças de segurança.

Além disso, o Egito cancelou os exercícios navais com a Turquia programados para outubro, como protesto pelo que considera "ingerência" de Ancara em seus assuntos internos, anunciou nesta sexta-feira o ministério das Relações Exteriores.

"As manifestações contra o golpe de Estado sairão de todas as mesquitas do Cairo e seguirão para a praça Ramsés após a oração por uma 'sexta-feira da ira'", afirmou o porta-voz da Irmandade Muçulmana, Gehad El Haddad, ao convocar os protestos.

Laila Musa, porta-voz da coalizão pró-Mursi contra o golpe de Estado, anunciou manifestações em todo o país.

Musa informou que simpatizantes de Mursi, incluindo dois ex-parlamentares, foram detidos antes dos protestos.

O movimento Tamarrod, que organizou as gigantescas manifestações que provocaram a destituição de Mursi, pediu aos egípcios que criem "comitês populares" para defender o país contra o que chamam de "terrorismo" da Irmandade Muçulmana, movimento de Mursi.

As autoridades decretaram estado de emergência por um mês e estabeleceram um toque de recolher no país entre 19H00 (14h00 de Brasília) e 06H00 (1H00).


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