O governo Obama pediu um fim imediato da repressão militar no Egito e a retirada do estado de emergência, em um endurecimento significativo da posição americana sobre o país do norte da África.
No mês passado, o Pentágono congelou um embarque de jatos de combate F-16 ao Egito, mas disse que o exercício iria adiante como planejado. A mudança reflete as crescentes preocupações sobre as medidas adotadas pelo poderoso chefe militar do Egito, o general Abdel Fattah Al Sisi, contra os protestos da Irmandade Muçulmana, que se tornaram sangrentos ontem.
Os EUA tinham se recusado até agora a congelar aproximadamente US$ 1,3 bilhão em ajuda militar aos generais do Egito. As autoridades dos EUA disseram que continuarão a revisar a ajuda futura, levando em consideração as ações do Exército egípcio que, se acredita, provocaram a morte de mais de 190 pessoas.
"Os eventos de hoje são deploráveis e contra as aspirações egípcias de paz, inclusão e democracia genuína", afirmou ontem o secretário de Estado americano John Kerry no Departamento de estado americano. "Nós nos opomos fortemente a um retorno do estado de emergência e pedimos ao governo para respeitar os direitos humanos básicos, incluindo liberdade de assembleia pacífica e processo legal adequado de acordo com a lei."
Um porta-voz para o presidente dos EUA, Barack Obama, que está de férias em Martha's Vineyard, disse que ele pediu ao Exército do Egito para que mostre "contenção" e que os EUA vão manter o governo interino responsável por sua promessa de acelerar a transição para um governo democrático no país.
As autoridades americanas expressaram choque com o nível da violência e com as táticas agressivas utilizadas pelos militares egípcios. Autoridades egípcias disseram a seus colegas americanos que alguns dos manifestantes podem ter contribuído para a violência, abrindo fogo contra os agentes de segurança egípcios, uma informação que os funcionários dos EUA estão revisando mas não puderam verificar. "Nós não temos ilusões sobre o futuro potencial da violência", afirmou um alto funcionário da Defesa.
O governo Obama tinha tomado uma posição em grande parte de apoio em relação ao Exército e ao governo interino do Egito desde que os generais derrubaram o presidente democraticamente eleito Mohammed Morsi on 3 de julho. Morsi é um líder da Irmandade Muçulmana no Egito, que apoia o estabelecimento da lei islâmica. Ele está sendo mantido em prisão secreta desde a sua deposição. Fonte: Dow Jones Newswires.