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Estado de Minas

Hezbollah é incluído na lista do terror


postado em 23/07/2013 00:12 / atualizado em 23/07/2013 09:43

O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah (C), em rara aparição pública (foto: Sharif Karim/REUTERS - 22/7/13)
O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah (C), em rara aparição pública (foto: Sharif Karim/REUTERS - 22/7/13)

Brasília
– A União Europeia (UE) se juntou aos Estados Unidos e incluiu ontem em sua lista de organizações terroristas o braço militar do movimento xiita libanês Hezbollah (Partido de Deus, pró-iraniano). A decisão foi tomada sob a forte pressão motivada pelo envolvimento de milicianos no atentado de Burgas (Bulgária), em 18 de julho do ano passado, que causou a morte de cinco turistas israelenses e um búlgaro. Reino Unido, Austrália, Canadá e Holanda já tinham adotado medida semelhante. O governo libanês, sobre o qual o partido xiita tem influência predominante, lamentou a decisão, mas assegurou que ela não vai alterar suas relações com o bloco europeu.

A direção do movimento acusou a UE de se inclinar ante à pressão israelense. "Israel impôs à União Europeia sua vontade de incluir o Hezbollah na lista", afirmou o canal de tevê Al-Manar, mantido pelo partido. A decisão, tomada durante reunião dos 28 chanceleres do bloco europeu, em Bruxelas, foi anunciada seis dias depois da determinação da UE de excluir dos programas bilaterais de cooperação com Israel assentamentos judaicos em áreas ocupadas após a guerra de 1967 – os territórios palestinos de Gaza e Cisjordânia (incluindo Jerusalém Oriental) e as Colinas de Golã (Síria).

O presidente de Israel, Shimon Peres, e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu elogiaram a decisão, assim como o governo dos EUA. O ministro das Relações Exteriores holandês, Frans Timmermans, explicou que a medida adotada pelo bloco significa "congelar bens, bloquear o financiamento e, portanto, limitar a capacidade de ação" da milícia xiita. "É positivo que a UE tenha decidido dar ao Hezbollah o nome que merece: uma organização terrorista", afirmou. Vários governos europeus pressionavam por uma resposta desde o ataque na Bulgária, mas uma parte argumentava sobre a importância de distinguir o movimento político de seu braço militar.

A distinção é uma difícil missão até mesmo para o próprio grupo, segundo o pesquisador do programa Oriente Médio e Norte da África do Conselho de Relações Exteriores Europeu, Julien Barnes-Dacey. "Essa divisão mal é reconhecida dentro do Hezbollah, embora, é claro, haja divisões entre aqueles que são a favor da política e os que defendem a abordagem militante", analisou ontem, no site do conselho. Na sua avaliação, a medida terá pouco efeito na prática, e funcionários europeus continuarão livres para manter encontros com figuras políticas do grupo. "O objetivo parece ser mais satisfazer o desejo da Europa de assumir uma posição simbólica, particularmente por conta da forte pressão dos EUA e de Israel, do que se tomar uma posição firme contra o movimento."

Na visão de Barnes-Dacey, existe na Europa uma preocupação de que o total enfraquecimento do Hezbollah possa desestabilizar o Líbano no momento em que o país "está à beira de um conflito civil, dadas as conexões com o conflito na Síria".


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