A Grécia pode se ver privada da injeção financeira da UE e do FMI nos próximos três meses se, antes de segunda-feira, não conseguir convencer a troika de sua determinação em reduzir o setor público e o déficit fiscal, alertou nesta quarta-feira uma autoridade europeia.
O Eurogrupo (ministros das Finanças da zona do euro) decidirá na segunda-feira se aprova uma nova parcela de 6,3 bilhões de euros de empréstimo concedido pela UE, BCE e o FMI à Grécia dependendo do relatório que os representantes desses credores, conhecidos como troika, apresentarem.
O FMI tem que decidir no final de julho sobre o desbloqueio de um empréstimo de 1,8 bilhão de euros.
"Espero que a análise da troika seja concluída a tempo", disse a fonte, mas se não for o caso, "não acredito que a ajuda para a Grécia seja desbloqueada nos próximos três meses", alertou após descartar a ideia de uma nova reunião do Eurogrupo durante o verão.
A possibilidade de entregar esta parcela a conta-gotas não está excluída. Neste caso, Atenas terá que respeitar, a cada vencimento, novos compromissos.
A Grécia se comprometeu a eliminar 4.000 empregos públicos antes do final do ano e cortar 25.000 agentes de sua administração.
Outra dor de cabeça é o déficit do país no setor da saúde, que supera, segundo especialistas europeus, a quantia prevista de 1,2 bilhão de euros durante os cinco primeiros meses do ano.
A Grécia já teve que recorrer, em 2011, a emissões de letras do Tesouro para aliviar sua dívida, depois de os credores suspenderem as injeções financeiras para obrigá-la a cumprir a austeridade e as reformas.
Os ministros das Finanças da zona do euro se reunirão nesta segunda-feira em Bruxelas no último encontro antes das férias de verão (no hemisfério norte). Na sexta-feira está prevista uma reunião preparatória.