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Estado de Minas

El Salvador: médicos fazem cesariana após mãe ter aborto terapêutico negado


postado em 04/06/2013 00:31

Médicos de El Salvador realizaram nesta segunda-feira uma cesariana em Beatriz, a jovem com lúpus cujo bebê tinha má-formação cerebral, após várias tentativas frustradas de se obter uma autorização para o aborto terapêutico.

"Nos informaram que Beatriz está bem". A menina nasceu com vida "mas dizem que é doloroso vê-la", informou à AFP Morena Herrera, presidente da ONG Grupo Cidadão pela Descriminalização do Aborto Terapêutico e Ético (ACDATEE).

Posteriormente, a ministra da Saúde, María Isabel Rodríguez, comunicou que "o bebê faleceu após cinco horas de sobrevivência, apesar dos esforços dos médicos".

Segundo a ministra, Beatriz "se encontra estável" após a cesariana, realizada na tarde desta segunda-feira no hospital da Maternidade de San Salvador

Em El Salvador todo tipo de aborto é proibido, incluindo o terapêutico.

O caso de Beatriz (nome fictício para proteger a identidade da jovem), que recorreu à Sala Constitucional da Suprema Corte de Justiça para realizar um aborto terapêutico, o que lhe foi negado, atraiu a atenção mundial e mobilizou dezenas de organizações de defesa da mulher.

Beatriz, mãe de uma criança de um ano e portadora de lúpus eritematoso discoide, uma doença que debilita o sistema imunológico, lutou para obter a autorização do aborto terapêutico alegando risco à própria vida, mas teve o pedido negado na Justiça.

O pedido também se baseou no fato de que o feto apresentava má-formação cerebral.

Em El Salvador, o aborto é punido com até 50 anos de prisão.

Na quinta-feira passada, o caso ganhou repercussão mundial com a decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos, sediada em San José, de determinar a El Salvador a adoção de medidas para proteger a vida da jovem.

"Devido às condições de saúde da mãe, esta gravidez atenta contra sua vida, o que exige medidas extremas e urgentes para salvaguardar sua saúde", decretou a Corte regional.

A Anistia Internacional também se pronunciou para qualificar de "vergonhosa e discriminatória" a decisão do Supremo de El Salvador de impedir o aborto.


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