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Estado de Minas

Desconcertado, Maduro clama vitória diante dos simpatizantes de Chávez


postado em 15/04/2013 05:46

Na noite de domingo, o sucessor de Hugo Chávez, Nicolás Maduro, levantou o punho e gritou: "missão cumprida, comandante". Mas o assombro era visível em seu rosto e no dos chavistas no Palácio de Miraflores, depois do anúncio da vitória para a presidência da Venezuela por apenas 1,6%.

"Missão cumprida comandante Chávez, o povo cumpriu seu juramento", afirmou Maduro, vestido com um casaco com as cores da bandeira venezuelana, em um palanque nas proximidades do palácio presidencial.

Ele saudou a multidão ao lado da esposa, Cilia Flores, antes de retomar o microfono, acompanhado por funcionários do governo.

"É um triunfo justo, legal, constitucional, que dá uma legitimidade revolucionária", disse, entre os aplausos dos seguidores de Chávez, todos vestidos de vermelho, a cor dos chavistas.

A multidão acompanhou em um telão o anúncio da presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Tibisay Lucena, de que Maduro venceu por 50,66% dos votos, contra 49,07% do líder opositor Henrique Capriles, resultado decepcionante para os chavistas.

Uma sonora vaia foi ouvida após o anúncio da votação de Capriles. Mesmo os aplausos a Maduro não conseguiram esconder o espanto e a festa foi menor do que o idealizado.

"Faltou consciência e maturidade política. Este povo não sabe o que tem, o que lhe deu Chávez. Me sinto decepcionado, apesar de vencermos. As pessoas não foram claras. Falharam com o comandante", afirmou à AFP Luis Enrique Pérez, um segurança de 47 anos, visivelmente abatido, nas proximidades do Palácio.

Três meses antes de morrer, vítima de câncer, em 5 de março, Chávez pediu a seus seguidores que votassem no então vice-presidente Maduro caso ficasse inabilitado para governar ou morresse, para que ele levasse adiante a revolução.

"Maduro é o filho de Chávez, o mais importante é que a pátria foi salva", disse Luis Escalona, de 28 anos.

"O mais importante é que não voltarão", afirmou Argelia Salas, 32 anos, com certo desânimo.

Tentando esconder a decepção, Efrén Ramos, médico de 44 anos, destacou que a margem apertada é um exemplo da transparência do processo, pois reflete a divisão que prevalece no país.

"Isto significa que na Venezuela há democracia. Muitas pessoas deixaram de votar, pois o comandante não está, mas a revolução segue", disse Ramos.

Antes do CNE anunciar os resultados, os chavistas se reuniram nas proximidades do Palácio Miraflores, à espera de Maduro, que aguardava o resultado no Quartel da Montanha, no bairro 23 de Janeiro, zona oeste Caracas, onde Chávez está sepultado.

"A este povo hoje podemos dizer que tivemos um triunfo eleitoral justo, legal, constitucional", disse Maduro, durante o discurso.

Mas com o passar do tempo, o clima ficou tenso. O tom da celebração mudou e muitos convidados deixaram o Palácio Miraflores visivelmente preocupados.

Dezenove milhões de venezuelanos estavam registrados para votar no domingo e eleger o presidente entre Maduro e Capriles, após 14 anos de liderança de Chávez, cuja revolução polarizou politicamente o país.

O candidato governista ainda não havia concluído o discurso quando alguns simpatizantes deixavam o local.


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