
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou nesta segunda-feira, uma ampla lei antifumo, que estabelece limites rígidos sobre onde as pessoas podem fumar e onde cigarros podem ser vendidos. A Rússia é o segundo maior mercado do mundo para a venda de cigarros.
O projeto passou rapidamente pelo Parlamento, tendo sido aprovado nas duas casas do legislativo em apenas dois meses, apesar da forte resistência das quatro maiores empresas internacionais de tabaco, que controlam 90% do mercado russo.
"A implementação das medidas contidas no projeto de lei vai reduzir a mortalidade por doenças associadas ao uso do tabaco entre 150 mil e 200 mil por ano", disse o vice-diretor do Ministério, Oleg Salagai, à agência de notícias Interfax. A lei também proíbe o anúncio de cigarros e exige advertências sobre seu consumo nos maços.
A Rússia é um importante mercado para as quarto maiores companhias de tabaco do mundo. Analistas estimam que a Japan Tobacco obtenha 11% de seu lucro no mercado russo, seguida pela Philip Morris International, com 9%, British American Tobacco, com 8%, e pela Imperial Tobacco, com 5%.
Funcionários do setor de tabaco disseram que se resignaram ao fato de que o projeto seria aprovado depois que várias autoridades do governo - principalmente o primeiro-ministro Dmitry Medvedev, ter expressado seu forte apoio a ele.
Até pouco tempo atrás, a Rússia estava relutante em lidar com a questão do alto índice de fumantes. Em 1990, quando a União Soviética estava perto do colapso, a falta de cigarros gerou tumultos em todo o país, embora autoridades do setor da saúde tenham dito que o crescente custo da saúde não podia mais ser ignorado.
