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Estado de Minas

Detenções e nova dimensão sanitária em escândalo da carne de cavalo


postado em 14/02/2013 19:52

As autoridades britânicas efetuaram nesta quinta-feira as três primeiras detenções pelo escândalo europeu da carne de cavalo, que ganhou uma nova dimensão sanitária com a detecção de um medicamento potencialmente prejudicial ao homem em vários casos.

O caso da substituição fraudulenta de carne bovina por carne equina envolve 750 toneladas de carne que serviram para fabricar mais de 4,5 milhões de refeições vendidas em 13 países, segundo a agência francesa antifraudes.

No Reino Unido, três homens foram detidos, dois na fábrica de processamento Farmbox Meats, localizada próximo à cidade galesa de Aberystywth, e outro no matadouro Peter Boddy de Todmorden, em West Yorkshire (norte da Inglaterra), todos considerados suspeitos de fraude.

Essas duas empresas foram inspecionadas na terça-feira por inspetores da Agência de Segurança Alimentar (FSA) britânica. Esta indicou que acreditava que o matadouro inglês fornecia carne de cavalo para a fábrica de processamento galesa, que a utilizava em kebabs e hambúrgueres apresentados como feitos de carne bovina.

As detenções foram realizadas horas depois de as autoridades britânicas terem anunciado a detecção de um anti-inflamatório potencialmente prejudicial à saúde humana em oito amostras.

A FSA analisou 206 partes de carne de cavalo em matadouros britânicos desde 30 de janeiro, sendo que em oito encontrou traços de fenilbutazona.

"Seis foram enviadas à França e podem ter sido comercializadas", declarou. As duas restantes não saíram do matadouro e foram destruídas em conformidade com a legislação europeia, indicou a agência em um comunicado.

A FSA trabalha atualmente com as autoridades francesas para tentar seguir a pista dessa carne de cavalo.

A fenilbutazona, um medicamento comumente utilizado em equinos, mas com um uso limitado em humanos devido a possíveis efeitos adversos para a saúde, é proibido na cadeia alimentar pela União Europeia (UE).

No entanto, o Ministério da Saúde britânico minimizou os efeitos para a saúde humana deste medicamento, receitado também para adultos com formas severas de artrite ou ataques agudos de gota, estimando que representa "um risco muito baixo".

"Com os níveis de fenilbutazona que foram encontrados, uma pessoa teria que comer entre 500 e 600 hambúrgueres por dia feitos com 100% de carne de cavalo para se aproximar do consumo de uma dose humana", declarou a autoridade responsável por assuntos médicos do ministério, Sally Davies.

Em uma audiência no Parlamento, o secretário de Estado da Agricultura, David Heath, afirmou que não foram encontrados traços do medicamento em produtos comercializados pelo grupo internacional Findus, que teve até 100% de carne de cavalo encontrado em suas refeições preparadas supostamente com carne bovina.

A questão sanitária deu uma nova dimensão ao escândalo que causou a retirada nos últimos dias das prateleiras de milhões de hambúrgueres, lasanhas e outros pratos preparados à base de carne em toda a Europa.

A crise foi sentida também na Alemanha, onde nesta quinta-feira foi informada pela primeira vez a presença de carne de cavalo em lasanhas de dois grandes supermercados, o Edeka e o Real, que em ambos os casos foram retiradas das prateleiras. Outras grandes redes de alimentação alemãs, como a Rewe, estão analisando seus produtos.

A UE recomendou na noite de quarta que seus membros realizassem exames de DNA nas refeições preparadas com carne e se comprometeu a encontrar o responsável pelo que o comissário europeu de Saúde e Consumo classificou de "fraude" de etiquetagem, e não de problema de saúde pública.

Junto com os exames de DNA, os Estados também deverão realizar análises para detectar eventuais traços de fenilbutazona.

O escândalo, que eclodiu em janeiro no Reino Unido e na Irlanda, onde a carne equina é culturalmente considerada tabu, se internacionalizou na semana passada com a descoberta na Inglaterra de lasanhas Findus fabricadas pela Comigel com carne supostamente romena que passou por Holanda e Chipre antes de chegar à fornecedora Spanghero.

O governo francês retirou nesta quinta-feira provisoriamente a licença sanitária da empresa agroalimentar Spanghero, fornecedora da Findus, acusando-a de "fraude econômica", e enviará inspetores as suas instalações.

Essa empresa "sabia que revendia carne equina como carne bovina que havia chegado a ele com a etiqueta aduaneira correspondente", afirmou o ministro do Consumo, Benoit Hamon.


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