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Estado de Minas

Espanto na Praça São Pedro após renúncia de Bento XVI


postado em 11/02/2013 13:40

Espanto e descrença reinavam nesta segunda-feira entre os turistas e peregrinos presentes na Praça São Pedro, que ainda questionam as razões para a renúncia do Papa Bento XVI.

"Estou um pouco chocado, eu acreditava que ele ia ficar por mais tempo", declarou um jovem holandês que passava por acaso próximo a colunata de Bernini no momento do anúncio da renúncia surpresa, que acontecerá em 28 de fevereiro.

"Eu não tenho nenhuma ideia sobre os motivos para a sua renuncia", acrescentou. Uma de suas colegas, Louisa, de 38 anos, acredita que ele está "muito velho" e "não é tão agradável como João Paulo II".

Na mensagem surpresa lida em latim, onde anunciou sua decisão de renunciar em 28 de fevereiro, o Papa explicou não ter "mais as forças" necessárias para exercer as suas funções por causa de sua "idade avançada".

"Nós tivemos a mesma discussão com a nossa rainha (Beatrix), que está velha e renunciou aos 75 anos", declarou o jovem holandês, enquanto os turistas continuavam a caminhar como se nada tivesse acontecido, formando fila para visitar a Basílica de São Pedro.

Devido ao mau tempo e ao frio incomum para Roma, os turistas e, sobretudo, os peregrinos, não eram numerosos nessa segunda-feira, dia feriado no Vaticano e, portanto, sem audiência papal nem celebração especial. Mas, gradualmente, com a notícia se espalhando pela cidade, a Praça começou a se encher.

O padre Aaron Melancon, 43 anos e vindo dos Estados Unidos, se disse "surpreso": "temos amor e carinho pelo Papa Bento XVI. Eu adoro o que ele escreveu como cardeal e Papa. Adoro o modo como ele conduziu a Igreja ", acrescentou.

Ele observou que Bento XVI "é o segundo Papa a renunciar (voluntariamente) e, apesar de eu não concordar com ele, é a sua decisão".

Sebastian Mazur, um seminarista polonês de 21 anos disse que estava "realmente chocado, porque (8 anos) é realmente muito pouco tempo para um papa e ele não tinha terminado seu projeto".

Mesma reação de Jennifer, 30 anos vinda do Colorado (Estados Unidos): "É ainda mais triste do que quando o Papa João Paulo II morreu, porque pelo menos era uma coisa natural".

"O Papa deve ter suas razões, talvez uma questão de saúde", arriscou Ricardo Porto, um português que visita pela primeira o Vaticano. "Estou realmente surpreso, presenciamos um momento histórico", acrescentou.

Giuseppe Di Capo, um diretor italiano aposentado, acha tudo isso "estranho" e afirmou "não entender" as "razões de saúde ou idade avançada" citadas.

"Um papa não renuncia normalmente, é um grande choque", também se mostrou surpreso um estudante francês em Roma. "Teve o caso de seu mordomo (condenado em um caso de vazamento de documentos confidenciais), pode ser por isso", analisou. "De qualquer jeito, é inacreditável, é uma loucura", repetiu.

Quanto ao sucessor de Bento XVI, as opiniões estão divididas. "Espero que o próximo papa seja negro, isso iria mudar as atitudes", considerou Dorina, uma suíça de férias de 22 anos.

"Seria bom se o próximo Papa viesse de um país emergente, como o Brasil, por exemplo. Ele não deve ser europeu", acrescentou o estudante francês, que acredita que o trono de São Pedro deve se abrir mais às redes sociais.

Os italianos, privados de Papa desde João Paulo I (1978), esperam sua vez: "O próximo papa deve ser italiano, faz muito tempo que não tivemos um", declarou Giuseppe Di Capo.

Mais consensual, o estudante holandês acredita que "cada país tem a sua chance". As apostas estão abertas, África e Itália estão à frente das previsões.


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