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Estado de Minas

Chávez piora e põe país sob suspense

Vice-presidente declara que estado de saúde é delicado e pede orações. Festa de ano-novo em Caracas é cancelada


postado em 01/01/2013 06:00 / atualizado em 01/01/2013 08:30

(foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins )
(foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins )

Brasília – A Venezuela vivia ontem um clima de tensão e expectativa. Com seu popular líder Hugo Chávez recém-operado em Cuba, as dúvidas sobre o real estado de saúde do mandatário aumentam o clima de incerteza. A festa de réveillon programada para a noite de ontem, na Praça Bolívar, em Caracas, foi cancelada. As autoridades pediram que o país "se una em oração" por Chávez. Na noite anterior, o vice-presidente e herdeiro político do líder, Nicolás Maduro, fez um pronunciamento, em rede nacional de rádio e TV reconhecendo a piora de Chávez. Ele viajou a Havana no fim de semana para visitar o presidente, submetido a uma cirurgia em 11 de dezembro para tratamento de um câncer.

Na manhã de ontem, além do pronunciamento, os jornais venezuelanos noticiaram que a Prefeitura de Caracas havia suspendido a festa e os shows gratuitos programados para a noite de ano-novo. A chefe do governo do Distrito Capital (antigo Distrito Federal), ao qual pertence Caracas, Jacqueline Faria, confirmou o cancelamento em sua conta no microblog Twitter e escreveu: "Todos em oração, enviando força ao nosso comandante para superar este momento difícil.”
O jornalista venezuelano Nelson Bocaranda, conhecido por divulgar informações não autorizadas sobre a saúde do presidente, afirmou ontem, em sua coluna, que o anúncio de Maduro foi o começo da preparação do governo para "qualquer má noticia que possa dizer respeito à vida do mandatário". De acordo com Bocaranda, a notícia da morte de Chávez seria iminente.
Ao lado de Rosa Virginia, uma das filhas de Chávez, Maduro garantiu, na noite de domingo, ter se reunido com o presidente momentos antes, e que ele próprio teria lhe informado sobre as complicações pós-cirúrgicas. Ele afirmou que a condição de Chávez ainda é "delicada", um termo que usou desde o dia após a cirurgia, quando alertou que os venezuelanos deveriam se preparar para tempos difíceis e pediu que rezassem pelo presidente.

Conta-gotas O governo não fornece muitos detalhes sobre a localização ou o estágio do tumor, mas especula-se que seja na região pélvica. Comunicados oficiais informaram que Chávez já havia sofrido um sangramento inesperado e que os médicos tiveram de tratar uma infecção respiratória. "Há alguns minutos estivemos com o presidente Chávez. Ele nos cumprimentou e ele próprio falou sobre essas complicações", declarou Maduro, no pronunciamento transmitido também pela internet. "Graças à sua força física e espiritual, o comandante Chávez está enfrentando essa situação difícil."
O governo se manifestou depois de vários dias de especulações e boatos nas redes sociais sobre a saúde do líder bolivariano, que deverá tomar posse em 10 de janeiro. Alguns sites de notícias da América Latina, como o CNN Plus Costa Rica, chegaram a afirmar que Chávez já teria morrido.
A renúncia de Chávez por motivos médicos, ou sua morte, mudaria a política na Venezuela, onde sua marca registrada de socialismo financiado pelo petróleo o fez um herói entre os mais pobres, mas um pária para críticos que o chamam de ditador. Seu estado de saúde está sendo observado de perto por toda a América Latina, especialmente pelas nações comandadas por governos de esquerda, como Cuba e Bolívia, que dependem das exportações de combustível subsidiadas e outras ajudas da Venezuela para alimentar suas frágeis economias. Aliados de Chávez discutiram abertamente sobre a possibilidade de que ele não retorne à Venezuela para ser empossado em seu terceiro mandato de seis anos como presidente, em 10 de janeiro.


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