A Organização das Nações Unidas (ONU) suspendeu as operações na Síria e determinou a retirada dos funcionários que não exercem funções essenciais no país, por razões de segurança.
O coordenador para a ajuda humanitária na Síria, Radhouane Nouicer, disse que 25 dos 100 funcionários que trabalham em várias agências da ONU deverão deixar o país até o fim de semana.
Nouicer disse que a ordem foi determinada pelo fato de "as condições de segurança terem se tornado extremamente difíceis, mesmo em Damasco". "A ONU vai suspender as missões no país até nova ordem", disse o porta-voz da ONU em Nova York, Martin Nesirky.
Há 21 meses, as forças de segurança do governo enfrentam a oposição. Até novembro, a estimativa era que mais de 33 mil pessoas tenham sido mortas, inclusive crianças e mulheres. Nos últimos dias, a tensão aumentou com a suspeita da possibilidade de uso de armas químicas pelas forças do governo.
Governo da Síria nega uso de armas químicas durante combates
O governo da Síria negou que pretenda utilizar armas químicas nos combates contra a oposição, conforme suspeitas de norte-americanos. Por intermédio de informações atribuídas ao Ministério dos Negócios Estrangeiros do país, o presidente sírio, Bashar Al Assad, disse que não há a possibilidade de utilizar armas químicas quaisquer que sejam as circunstâncias. Mas não confirmou se elas existem. Em julho, autoridades sírias admitiram a existência de armas químicas no país.
"Essa é uma linha vermelha para os Estados Unidos", disse Hillary Clinton. "Uma vez mais advertimos seriamente o regime de Assad, cujo comportamento é condenável. Essas ações contra o próprio povo são trágicas", disse.
Em Washington, especialistas dizem que os serviços de informações internacionais identificaram a movimentação na Síria de componentes de armas químicas nos últimos dias. No mês passado, o ministro dos Negócios Estrangeiros sírio, Walid Mouallem, acusou o governo norte-americano de preparar um golpe contra Assad utilizando armas químicas.
"Essas armas químicas na Síria, se existirem, e repito, se existirem, como é possível que sejam utilizadas contra o nosso próprio povo? Qualquer pretexto serve", disse o chanceler.
Nos Estados Unidos, as informações são de que o governo da Síria dispõe de estoques de armas químicas, desde os anos 1970, reunindo centenas de toneladas. No final de julho, pela primeira vez, o governo Assad reconheceu que tem armas químicas e ameaçou usá-las em caso de intervenção militar estrangeira. Porém, negou o uso contra a população síria.
