
Militares turcos afirmaram nesta segunda-feira que uma delegação de oficiais da Turquia e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) começará a analisar possíveis locais para instalação dos mísseis Patriot na fronteira do país com a Síria.
Em um comunicado, o Exército turco disse que os locais selecionados, o número de sistemas a serem instalados e a quantidade de agentes para implementar a operação serão definidos depois do término da análise da região, que terá início amanhã. A nota apontou ainda que a ligação entre os sistemas para a rede de defesa aérea de Turquia já está sendo realizada.
Segundo um membro da Otan, acredita-se que a Síria tenha centenas de mísseis balísticos capazes de transportar ogivas químicas, o que poderia levar a guerra civil do país para outras regiões. Alemanha, Holanda e Estados Unidos possuem os avançados modelos PAC-3 dos mísseis Patriot e a Turquia os quer para interceptar ataques balísticos.
Premiê russo critica apoio de países à oposição síria
O primeiro-ministro russo, Dmitry Medvedev, definiu como "inaceitável" o reconhecimento e apoio da França e outros países à oposição síria que luta contra o regime do presidente Bashar Assad. Em visita a Paris nesta segunda-feira, Medvedev também falou que a crise econômica na Europa é uma "séria ameaça".
O Reino Unido e a França se juntaram à Turquia e diversos outros países árabes ao reconhecerem o novo bloco oposicionista como o único representante do povo sírio. Os franceses também sugeriram abastecer a coalizão com armas.
"Do ponto de vista das leis internacionais, isso é absolutamente inaceitável", disse Medvedev. "O desejo de mudar o regime político de outro país por meio do reconhecimento de uma força política como soberana me parece não ser civilizado. Deixem o povo da Síria decidir o destino de Assad e seu regime."
O premiê disse também que a Rússia está assistindo com nervosismo à crise econômica na União Europeia, o que, segundo ele, representa uma séria ameaça à performance econômica russa. "Somos muito dependentes do que acontece nas outras economias da UE", disse.
Ele lembrou que a UE representa metade do volume comercial russo além do fato de que a Rússia retém 41% de suas reservas internacionais em euro.
"Estamos assistindo com nervosismo ao que está acontecendo. Muitas vezes parece que nossos parceiros europeus não têm energia e vontade suficiente para tomar decisões. E há aquela eterna disputa sobre o que é melhor, consolidação fiscal ou desenvolvimento", afirmou.
Rebeldes assumem controle de hidrelétrica
Ativistas informaram nesta segunda-feira que os rebeldes sírios assumiram o controle de uma hidrelétrica no rio Eufrates, no norte da Síria, em mais uma vitória estratégica após dias de confrontos. Segundo o diretor da base britânica do Observatório da Síria pelos Direitos Humanos, Rami Abdul-Rahman, a hidrelétrica supre diversas áreas do país com energia elétrica.
Os rebeldes têm feito avanços estratégicos nos últimos dias. No domingo, eles assumiram o controle de uma base aérea nos arredores de Damasco, área antes completamente controlada pelo regime de Bashar Assad.
Os conflitos na Síria eclodiram em março de 2011, como uma revolta contra o presidente Assad, inspirada nas revoltas da Primavera Árabe. O conflito rapidamente transformou-se em uma guerra civil que já matou mais de 40 mil pessoas, de acordo com ativistas.
