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Estado de Minas

Revelações sobre fortuna do primeiro-ministro chinês provocam embaraço


postado em 26/10/2012 10:36

A cúpula do Partido Comunista da China é objeto de revelações embaraçosas, a poucos dias da renovação de seus quadros, sobre a suposta fortuna da família do primeiro-ministro Wen Jiabao.

Uma reportagem do jornal New York Times sobre a fortuna da família de Wen, que chegaria a 2,7 bilhões de doláres, foi chamada de "difamatória" por Pequim, que denunciou "motivos ocultos" para a produção do artigo, imediatamente censurado na internet na China.

Chamado por muitos de "avô Wen", o primeiro-ministro gosta de recordar sua origem modesta e de cultivar a imagem de "homem do povo".

A 15 dias da abertura do Congresso do Partido Comunista, o chefe de Governo virou alvo de uma investigação do jornal americano, que narra o incrível êxito econômico de seus parentes, incluido hotéis luxuosos, diamantes e finanças internacionais.

As autoridades do país consideraram a reportagem desestabilizadora e bloquearam o acesso no principal serviço de microblogs do país, Sina Weibo, o equivalente chinês do Twitter, e qualquer busca com as palavras "Wen Jiabao" ou "New York Times". O site do jornal americano também ficou inacessível.

A mãe de Wen era uma simples professora no norte da China e seu pai, já falecido, criava porcos durante as campanhas maoístas de retorno ao campo, recorda o jornal.

Com 90 anos, Yang Zhiyun, a mãe do primeiro-ministro, "não apenas saiu da pobreza, como, de maneira inquestionável, ficou rica", afirma o New York Times, que cita em particular um investimento de 120 milhões de dólares feito há cinco anos em nome de Yang em uma empresa chinesa de serviços financeiros.

"Em muitos casos, os nomes de parentes (de Wen Jiabao) se escondem atrás vários muros e vetores de investimentos, implicando amigos, colegas de trabalho e sócios", explica o jornal.

A família do chefe de Governo possui investimentos em bancos, joalherias, centros turísticos, empresas de telecomunicações e projetos de infraestrutura, que muitas vezes recorrem a empresas offshore, destaca o jornal.

Em muitos investimentos, algumas das poderosas empresas estatais chinesas têm um papel preponderante. Suas decisões dependem muitas vezes das agências governamentais supervisionadas por Wen Jiabao.

A esposa de Wen, Zhang Beili, chamada de "rainha dos diamantes" pelo NYT, fez fortuna em pedras preciosas, uma área estritamente regulamentada pelo Estado. A riqueza de Zhang acelerou depois que o marido alcançou as altas esferas do poder.

O filho único do casal, Wen Yunsong, concretizou uma grande venda de sua empresa de tecnologia à família de um magnata de Hong Kong. Depois criou um fundo de investimentos de capital privado que virou um dos maiores da China. Entre seus associados está o governo de Cingapura.

Além disso, o irmão mais novo do premier, que tem uma empresa de processamento de lixo, foi beneficiado por contratos de mais de 30 milhões de dólares atribuídos pelo Estado, segundo o jornal americano.

O New York Times recorda que, em 2007, Wen afirmou à alta cúpula do partido que os dirigentes "deveriam garantir que os membros de suas famílias e amigos não abusassem da influência".

Profundamente abalado pela queda em desgraça de Bo Xilai, antiga estrela ascendente da política chinês, que se viu no centro de um escândalo que marcou o ano de 2012, o Partido Comunista quer projetar uma imagem discreta antes da abertura do congresso quinquenal.

Mas as revelações do NYT sobre Wen confirmam o que grande parte da população acredita, que os principais líderes comunistas têm uma vida de muitos privilégios em um ambiente de total impunidade.

Em junho, a agência financeira Bloomberg publicou uma reportagem - imediatamente censurada - afirmando que parentes do vice-presidente Xi Jinping haviam acumulado uma fortuna de centenas de milhões de dólares.

Xi deve assumir no próximo mês o controle do partido, no lugar do presidente Hu Jintao, que viu um de seus aliados ser rebaixado recentemente depois que o filho morreu em um acidente com uma Ferrari, automóvel que custa mais de 600.000 euros.


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