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Estado de Minas

Obama faz apelo a favor da tolerância em sessão da ONU

Presidente dos EUA condena extremismo e violência que atinge inocentes, defende progresso e responsabilidade


postado em 26/09/2012 08:54 / atualizado em 26/09/2012 10:58

Na reta final em sua luta pela reeleição, o presidente dos EUA, Barack Obama, usou ontem a bancada da 67ª sessão anual da Assembleia Geral das Nações Unidas para mandar uma mensagem ao público interno e, ao mesmo tempo, desafiar o mundo árabe a lutar contra a intolerância, a violência e o extremismo. O líder democrata discursou depois da colega brasileira, Dilma Rousseff. Em tom de ultimato, Obama afirmou que seu país fará "o que for preciso" para impedir o Irã de desenvolver uma arma nuclear e alertou que existe um prazo para uma negociação diplomática. O presidente conclamou a comunidade internacional a confrontar a turbulência no Oriente Médio. "Estamos diante de uma escolha entre as forças que nos distanciam e as esperanças que nos aproximam", disse.

Passando pelas principais questões da agenda externa dos EUA, o presidente iniciou seu discurso de 30 minutos falando sobre o embaixador Chris Stevens, assassinado durante um ataque ao consulado norte-americano em Benghazi (Líbia), em 11 de setembro. As circunstâncias da morte do diplomata se deram em meio aos protestos desencadeados no mundo muçulmano depois da divulgação de um trailer do filme A inocência dos muçulmanos – ofensivo ao profeta Maomé. Obama conclamou os líderes a promoverem a tolerância, como reação à raiva provocada pelo vídeo. "É obrigação de todos os líderes, em todos os países, falarem enfaticamente contra a violência e o extremismo."

Na véspera do discurso do presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad, previsto para hoje, Obama falou à Assembleia Geral que ainda há prazo para resolver o impasse sobre o programa nuclear persa de maneira diplomática. "O tempo não é ilimitado", avisou. O norte-americano se viu pressionado por recentes pedidos do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, para que imponha um "limite" de tolerância ao Irã antes de uma ação militar contra o país. "Um Irã com armas nucleares não é um desafio que possa ser contido. Ameaçaria eliminar Israel, a segurança das nações do Golfo (Pérsico) e a estabilidade da economia global", disse Obama. "Os EUA farão o que for preciso para impedir o Irã de obter uma arma nuclear."

Segundo o presidente, além de restringir os direitos de seu próprio povo, o Irã continua "amparando o ditador em Damasco", em referência ao ditador sírio, Bashar Al-Assad. Para Obama, o regime de Damasco segue "perseguindo" sua população e, por isso, deve ter um fim. "Temos de nos empenhar em garantir que o que começa com cidadãos exigindo seus direitos não termine em um ciclo de violência sectária", falou o mandatário, numa alusão à crise síria, que teve início em março de 2011 como manifestações por mudanças democráticas e, hoje, configura-se como uma guerra civil e entre grupos sectários.

Depois de conceituar o polêmico vídeo sobre Maomé como "bruto e nojento", além de ofensivo ao islã, Obama ponderou que ele não justifica a violência desencadeada. "Não há palavras que justifiquem a morte de inocentes", afirmou, defendendo a liberdade de expressão como um dos pilares dos valores da sociedade americana.

BRASIL A presidente Dilma Rousseff, que pronunciou o primeiro discurso dos chefes de Estado, também abordou a grave situação no Oriente Médio, em especial a crise na Síria, e reiterou a posição brasileira em relação à Palestina. "Não há solução militar para a crise síria. A diplomacia e o diálogo são não só a melhor, mas, creio, a única opção", disse a presidente, arrancando efusivos aplausos. Dilma censurou o regime de Bashar al-Assad, ao dizer que "recai sobre o governo de Damasco a maior parte da responsabilidade pelo ciclo de violência que tem vitimado grande número de civis, sobretudo mulheres, crianças e jovens", mas criticou a oposição armada e o apoio bélico externo a ela.

A plateia aplaudiu quando Dilma invocou a presença de milhares de muçulmanos na população brasileira para afirmar "nosso mais veemente repúdio à escalada de preconceito islamofóbico em países ocidentais”. Adiante, a plateia voltou a manifestar seu apoio ao reconhecimento do Estado palestino como membro pleno da ONU, que a presidente já defendera um ano atrás.


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