Em discurso aplaudido por milhares de mineiros, o ativista político Julius Malema convocou uma greve em todas as minas da África do Sul. "Deve haver uma greve nacional. Eles estão roubando este ouro de vocês. Agora é a nossa vez. Queremos nosso quinhão. Estas pessoas estão ganhando bilhões com estas minas", afirmou Malema nesta terça-feira em uma mina de ouro, referindo-se aos negros bilionários e à minoria branca que controla a economia.
Ele foi expulso do partido governista Congresso Nacional Africano (CNA) no início deste ano, acusado de semear desunião e não aceitar as normas do partido.
Enquanto isso, o corpo de um homem esfaqueado foi encontrado na mina de platina de Marikana, informou a mídia local. Trabalhadores do local, o terceiro maior produtor de platina do mundo, realizaram um protesto nesta terça-feira, cantando o refrão "diga a Zuma (o presidente sul-africano) que pare de nos matar", uma referência às mortes ocorridas em um confronto com a polícia no mês passado. Jacob Zuma tem sido o foco de grande parte da ira dos mineiros
"O que vocês devem fazer é colocar as ferramentas no chão e interromper a produção", disse Malema. O público usava cornetas e apitos para fazer barulho e carregava seu tradicionais bastões em resposta às declarações de Malema. Ele também foi ovacionado ao dizer que "vocês devem ser tratados como humanos. Vocês também devem ser respeitados."
A Impala Platinum Holdings Ltd. informou nesta terça-feira que concordou em revisar os valores dos salários de sua mina Rustenburg, após uma reunião na segunda-feira com grupos de trabalhadores. As negociações aconteceram após os trabalhadores exigirem aumento de salário pela segunda vez desde abril, em meio à intensificação das tensões nas minas sul-africanas.
A empresa ainda tenta voltar à produção plena em Rustenburg, sua maior mina, após seis semanas de greve no início deste ano. Como parte das negociações daquela greve, a empresa concedeu aumento salarial em abril.
