A jornalista japonesa Mika Yamamoto morreu na segunda-feira quando cobria os combates na cidade síria de Aleppo para a agência de notícias Japan Press, anunciou um colega que a acompanhava.
Outros três jornalistas, árabes e turcos, estão desaparecidos, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). "Tivemos a confirmação de que era Mika Yamamoto, de 45 anos", afirmou uma fonte do ministério das Relações Exteriores do Japão.
A fonte disse que a jornalista cobria os confrontos entre o Exército e os rebeldes sírios na segunda maior cidade do país, Aleppo (norte), quando "se viu no meio de um tiroteio".
Kazutaka Sato, outro jornalista da Japan Press, identificou o corpo de Yamamoto. Ele disse ao canal japonês NTV que os dois se viram diante de um grupo de soldados com uniforme de combate.
De acordo com a NHK, os dois jornalistas faziam uma reportagem com o Exército Sírio Livre (ESL), força rebelde integrada por desertores e civis armados. Kazutaka Sato contou que a colega recebeu um tiro no pescoço.
Militantes sírios citados pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) afirmaram que a jornalista foi gravemente ferida na segunda-feira quando acompanhava os confrontos em um bairro de Aleppo.
Segundo o OSDH, a jornalista foi morta em Sleiemane al-Halabi, bairro do leste de Aleppo onde violentos combates explodiram na manhã de segunda-feira entre tropas do regime e rebeldes.
Abu Raashid, comandante de um grupo do ESL, acusou as forças leais ao regime de Bashar al-Assad de terem deliberadamente apontado contra a repórter japonesa.
O OSDH informou ainda que três jornalistas estão desaparecidos em Aleppo: uma libanesa, um árabe de nacionalidade não revelada que trabalhava para um meio de comunicação americano e um turco.
Em um vídeo postado no YouTube por ativistas é possível ver o corpo de uma mulher em uma sala, apresentado como o da jornalista. O braço direito da vítima apresenta um ferimento e, ao seu lado, um homem de aspecto asiático parece pedir ajuda a um médico.
De acordo com rebeldes, ela foi morta por "shabihas", milicianos leais ao regime. Nas imagens é possível observar um ferimento profundo no antebraço da repórter, que parecia usar um colete à prova de balas. Ao seu lado aparece Kazutaka Sato. O governo japonês anunciou que o corpo da jornalista foi levado para a Turquia.
Com Mika Yamamoto chega a quatro o número de jornalistas estrangeiros mortos na Síria desde o início da revolta contra o regime, em março de 2011: o francês Gilles Jacquier, do canal France 2, em 11 de janeiro em Homs (centro), a americana Marie Colvin, do jornal britânico The Sunday Times, e o fotógrafo francês Rémi Ochlik, mortos em 22 de fevereiro, também em Homs, no bombardeio de um centro de imprensa improvisado.