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Estado de Minas

Grécia tem segundo dia de greve geral às vésperas de voto decisivo do Parlamento


postado em 11/02/2012 13:27

A Grécia registra neste sábado seu segundo dia de greve geral contra o plano de austeridade, exigido pela União Europeia e aprovado pelo governo de coalizão grego em meio a uma crise política, cuja adoção definitiva deve ser discutida no domingo pelo Parlamento.

Em Atenas, pelo segundo dia consecutivo, cerca de 3.500 manifestantes se concentraram ao meio dia na praça central Syntagma, em um protesto menos numeroso que o do dia anterior. Em Tessalônica, a grande cidade do norte, 4.000 pessoas compareceram ao protesto.

A manifestação começou com uma ação de mídia realizada por militantes da frente comunista radical PAME, que colocaram na Acrópole de Atenas duas bandeiras gigantes para denunciar "a ditadura do monopólio" da União Europeia (UE) com a Grécia.

Na sexta-feira em Atenas, cerca de 17.000 pessoas responderam ao chamado dos sindicatos, que convocaram uma greve geral de 48 horas. Houve ainda enfrentamentos pontuais entre pequenos grupos de indivíduos e a polícia.

Para os sindicatos, a verdadeira prova a nível social acontecerá no domingo à noite, quando foram convocadas manifestações ante o Parlamento, que votará a adoção do novo plano de austeridade exigido pelos credores da Grécia para desbloquear uma nova ajuda de 130 bilhões de euros, vital para que o país evite a quebra.

O novo programa de rigor, cujo conteúdo exato ainda não se conhece, deve incluir uma redução do salário mínimo em 22% e a demissão de 15.000 funcionários e cortes em algumas aposentadorias.


Após chegar na quinta-feira a um acordo sobre este plano com os três partidos da coalizão governamental (socialista, conservador e extrema direita), o primeiro-ministro Lucas Papademos teve que enfrentar na sexta-feira uma crise política, com profundas divisões no seio de sua equipe, com a demissão de quatro ministros de extrema direita e uma socialista.

Apesar de tudo, na sexta-feira à noite o governo aprovou o programa de medidas "por unanimidade", entre os ministros que permaneciam no governo. Este acordo será submetido no domingo ao voto dos parlamentares, que segundo a agência ANA (semi-oficial) não deverão se pronunciar sobre o detalhado programa de medidas econômicas, mas sim dar um voto de confiança ao governo para firmar com os credores do país o novo plano de resgate.

O pacote de medidas concretas que deverá ser aplicado pela Grécia se especificará em uma lei que se apresentará ao Parlamento nos próximos 15 dias. Os parlamentares deverão votar também sobre a condenação de 50% da dívida grega que o governo está negociando com seus credores privados e sobre uma recapitalização do banco.

Na sexta-feira, Papademos afirmou que a Grécia corre o risco de cair em um verdadeiro caos "e enfrenta um momento histórico de responsabilidade", disse ele ao pedir o voto positivo do Parlamento para o novo plano de austeridade no domingo. "Um default desordenado levaria nosso país a uma aventura desastrosa", disse Papademos após a renúncia de cinco membros de seu gabinete.

Segundo ele, esse cenário criaria as condições para um caos econômico descontrolado e para uma explosão social". Papademos solicitou o apoio ao plano de cortes para que a UE e o FMI desbloqueiem o segundo lote de resgate da Grécia e para que o país evite assim uma quebra em março. O primeiro-ministro revelou que o governo espera arrecadar 19 bilhões de euros até 2015 com o programa de privatizações incluído em um pacote de rigor anterior, e não 50 bilhões como se previa no princípio.

Segundo Papademos, a economia do país voltará a crescer em 2013, após cinco anos em recessão. "Sou plenamente consciente de que a decisão é muito dolorosa, mas a quebra da Grécia não é uma opção que possamos permitir", disse.


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