O célebre monge birmanês Gambira, um dos líderes da "Revolução do Açafrão" de 2007, foi posto em liberdade neste sábado após passar um dia detido, disse um alto responsável birmanês horas depois de um protesto nos Estados Unidos.
O religioso, uma das figuras mais conhecidas da dissidência, foi detido na sexta-feira em seu monastério de Rangun "para ser interrogado". Desde sua libertação, entrou à força em três estabelecimentos religiosos fechados pelas autoridades desde 2007, informou este responsável à AFP.
Gambira foi interrogado e conduzido até seus pares, que lhe acolheram, disse o superior do monastério Maggin de Rangun, onde reside o dissidente. "Ele foi liberado após passar a noite com as autoridades", disse Einda Ka à AFP.
Os Estados Unidos expressaram na sexta-feira sua "profunda preocupação" por esta detenção. "Pedimos ao governo de Mianmar para liberá-lo imediata e incondicionalmente e que esclareçam o propósito de sua detenção", declarou à imprensa a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nulanda.
O dissidente havia sido condenado a 68 anos de reclusão pelas manifestações de 2007, a princípio contra o alto custo de vida, que reuniram até 100 mil pessoas nas ruas de Yangun. O movimento foi esmagado pela junta no poder com um saldo de 31 mortos.