Eleições regionais e municipais sob alta vigilância, na Colômbia

Os colombianos vão às urnas neste domingo, para as eleições regionais e municipais, ao final de uma campanha marcada pela violência, durante a qual 41 candidatos foram assassinados. A jornada eleitoral começou às 08h00, encerrando-se às 19h00 para cerca de 30 milhões de eleitores.

Segundo a ONG Missão de Observação Eleitoral (MOE), pelo menos 41 candidatos foram assassinados desde fevereiro, com 87 ameaçados de morte, 22 visados por atentados e sete sequestrados.

As guerrilhas das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), e do ELN (Exército de Libertação Nacional), mas também bandos compostos de ex-membros de milícias paramilitaires de extrema-direita, dissolvidas entre 2003 e 2006, tentaram influenciar a votação, ameaçando os candidatos que tentariam se opor a seus planos. Os colombianos estão elegendo prefeitos de 1.102 municipalidades, suas assembleias e os governadores de 32 departamentos. No total, 350 mil membros das forças da ordem foram mobilizados para garantir a segurança do pleito.

Em Bogotá, a capital de sete milhões de habitantes, a eleição opõe Gustavo Petro (movimento Progressista, esquerda), favorito com 30 a 36,7% das intenções de voto, a Enrique Peñalosa, ex-prefeito, representando uma coalizão de centro-direita (21,3% a 22% segundo as pesquisas) e à independente Gina Parody.

Gustavo Petro, ex-senador e economista de 51 anos, ex-guerrilheiro do M-19 dissolvido em 990, sai como favorito, por ter denunciado os escândalos de corrupção no seio de seu próprio partido (Polo Democrático Alternativo, esquerda) que deixou, após a revelação de gigantescos desvios de dinheiro atribuídos ao prefeito da cidade, Samuel Moreno, também do partido.

Samuel Moreno foi colocado em prisão provisória no dia 23 de setembro, quatro meses após ter sido suspenso das funções, devido ao escândalo.