
Homens armados leais e Muamar Kadafi cruzaram a fronteira entre a Argélia e a Líbia e atacaram forças revolucionárias em uma cidade próxima ao local, matando seis pessoas, disseram autoridades neste domingo. O ataque no sábado mostra que forças leais a Kadafi conseguiram fugir da Líbia, se reagrupar e arrumar armas, ampliando os temores de que o país pode enfrentar uma insurgência.
O coronel Ahmed Bani, porta-voz do Exército para o governo de transição, disse que o ataque em Ghadamis aconteceu no sábado, mas que carros lotados com armas cruzaram a fronteira alguns dias antes. Ghadamis fica 450 quilômetros a sudoeste de Trípoli. Ele explicou que as forças leais parecem pertencer a uma unidade que esteve sob o comando do filho de Kadafi, Khamis, que teria sido morto em combate antes de a forças revolucionárias tomarem Trípoli.
A esposa de Kadafi e três de seus filhos fugiram para a Argélia através de Ghadamis após a queda de Trípoli no final do mês passado. O paradeiro do líder ainda é desconhecido e ele continua tentando reunir aliados. Isso levanta preocupações de que ele poderia alimentar a violência já que os combates continuam em sua cidade natal, Sirte, e em dois outros locais.
Em outras ações neste domingo, combatentes revolucionários ampliaram um cerco a Sirte, na expectativa de derrubar forças leais a Kadafi um dia depois de uma ofensiva ter falhado em expulsar aliados do líder. Combatentes contrários a Kadafi montaram novos postos de controle e distribuíram atiradores em pontos estratégicos nas cercanias de Sirte. Mas eles disseram que não planejam um novo ataque imediatamente depois de terem enfrentado forte resistência no sábado, o que deixou sete mortos e mais de 150 feridos.
Vala comum é encontrada na Líbia
Autoridades revolucionárias da Líbia disseram ter encontrado uma vala comum com os restos de 1.270 presos mortos pelo regime de Muamar Kadafi em um massacre em 1996. O local fica próximo à prisão de Abu Salim, em Trípoli, onde as vítimas foram mortas em 26 de junho de 1996 depois de protestarem contra as condições no local.
O anúncio foi feito no domingo pelo médico Ibrahim Abu Sahima, do comitê do governo que supervisiona a busca pelas vítimas do antigo regime. Ele explicou que investigadores encontraram a vala há duas semanas, depois de receberem informações de autoridades do regime capturadas e de testemunhas. Autoridades vão pedir ajuda internacional para identificar os restos mortais. As informações são da Associated Press.
