O Iêmen sofre com uma grave crise alimentar e a organização internacional de ajuda humanitária, Oxfam, alerta que este pobre país da Península Arábica já é ameaçado por uma "catástrofe" da fome.
Em um relatório publicado nesta segunda-feira, a Oxfam indica que a violência política no Iêmen paralisou a economia, provocou uma vertiginosa alta no preço da gasolina, uma "rápida inflação" e a redução da capacidade de intervenções humanitárias.
"A fome se generalizou e o Iêmen está hoje no caminho da desnutrição crônica", indicou a organização não-governamental que calcula que um terço dos 22 milhões de habitantes sejam vítimas do naufrágio econômico do país.
O relatório estima que o crescimento da metade das crianças do país será afetado pela falta de comida, e que um quarto das mulheres entre 15 e 49 anos sofrerão de severa desnutrição.
Segundo a Oxfam, as mulheres e as crianças são as primeiras vítimas desta tragédia: "As mulheres iemenitas sofrem com a pior discriminação sexual no mundo (...) e quando o alimento é raro as mulheres comem cada vez menos".
O relatório aponta o aumento dos casamentos de mulheres cada vez mais jovens, adolescentes cujas famílias não podem assegurar a subsistência de todos. A organização ressalta também que as crianças foram retiradas das escolas para buscar trabalho e ajudar os pais.
Desde janeiro, movimentos de oposição ao governo pedem a saída do presidente Ali Abdallah Saleh, no poder há 32 anos. Manifestações de pró e anti-Saleh são realizadas diariamente nas grandes cidades do país e fizeram dezenas de vítimas.
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Oxfam: Iêmen é ameaçado por uma 'catástrofe' alimentar
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