O Vaticano decidiu enviar um núncio apostólico para a Malásia de "comum acordo" com as autoridades deste país para lançar as relações diplomáticas, oficializadas na semana passada.
Segundo nota da Santa Sé divulgada hoje, as duas partes "desejam promover ligações de mútua amizade" e vão estabelecer relações "em nível de nunciatura apostólica", o equivalente à troca de um representante de cada Estado. Atualmente, há apenas um delegado apostólico para o país asiático, dom Leopoldo Girelli, que mora em Singapura.
Essa foi a segunda reunião entre um chefe de Estado da Malásia e um pontífice. A primeira ocorreu em 2002 entre João Paulo II e Mahathir bin Mohamed.
A iniciativa diplomática ocorre após episódios de conflito religioso no país, onde igrejas foram depredadas após a Corte Suprema autorizar cristãos a usar o termo "Alá" para se referirem a Deus.
Também em 2010 um tribunal malaio puniu mulheres com chicotadas por adultério, na primeira utilização de uma regra da lei islâmica pela Justiça do país.
A Malásia é um dos menos de 20 Estados do mundo que, até semana passada, não tinha laços oficiais com o Vaticano. De acordo com o New York Times, o malásio é considerado muçulmano automaticamente ao nascer. Aqueles que querem se tornar cristãos devem ter permissão de cortes islâmicas, raramente concedida.