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Estado de Minas

Às vésperas da viagem de Obama ao Brasil, acordos ainda estão em fase de elaboração


postado em 11/03/2011 19:55 / atualizado em 11/03/2011 20:21

(foto: Divulgação)
(foto: Divulgação)

Às vésperas da chegada do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a Brasília, os textos dos acordos que ele assinará com a presidente Dilma Rousseff ainda estão sendo finalizados. Os principais entraves são jurídicos e políticos, segundo negociadores de ambos os países. Um dos temas mais delicados é o Tratado de Cooperação Econômica (cuja sigla em inglês é Teca). No total, Dilma e Obama deverão firmar 20 parcerias. Obama fica nos dias 19 e 20 (sábado e domingo).

O Teca estabelece um mecanismo bilateral, em nível ministerial, para que as barreiras ao comércio e aos investimentos nos Estados Unidos e no Brasil sejam discutidas e resolvidas. Uma das dificuldades é a questão das barreiras sanitárias a produtos como carnes e frutas brasileiras, definindo meios de simplificar as normas alfandegários e técnicas. Não há diminuição de tarifas de importação.

Na viagem ao Brasil, o presidente americano quer tratar ainda da questões das mudanças climáticas e de propostas para o desenvolvimento sustentável. A agenda de Obama em Brasília se dividirá em quatro etapas: de manhã, no Palácio do Planalto; durante o almoço no Itamaraty; à tarde com empresários, em um edifício da cidade; e à noite, um jantar privado no Palácio da Alvorada, oferecido por Dilma para a família Obama.

Obama defendeu Chicago, seu berço político, como sede das Olimpíadas de 2016(foto: AFP PHOTO / POOL / Charles Dharapak)
Obama defendeu Chicago, seu berço político, como sede das Olimpíadas de 2016 (foto: AFP PHOTO / POOL / Charles Dharapak)
Para os articuladores dos acordos, apenas na próxima semana as pendências deverão ser resolvidas. O mesmo ocorreu, em março de 2010, quando a secretária de Estado, Hillary Clinton, esteve no Brasil e assinou vários acordos. Muitos textos, segundo os negociadores, foram fechados minutos antes da assinatura dos atos.

Porém, há acordos já praticamente certos, como o que define planos para a divulgação da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, em parceria com a iniciativa privada e o governo americanos.

Outra parceria que também está com o esboço do texto elaborado é a que trata de cooperação na área de Previdência Social. Pelo acordo, aquele que paga a Previdência nos Estados Unidos e resolve mudar para o Brasil aproveitará o que foi investido. A medida pode beneficiar cerca de 1 milhão de brasileiros.

Na área social, a ideia é fechar um acordo estabelecendo propostas para os esforços comuns na luta pela igualdade de gêneros e raça.

Discurso ao público

Na visita ao Brasil, Obama está determinado a discursar para o público, a exemplo do que fez em 2008, em Berlim (ainda como candidato), e depois em 2009, no Cairo. Tanto na Alemanha quanto no Egito, Obama defendeu a paz como base para o diálogo internacional. A tendência, de acordo com organizadores da viagem, é que o tema seja o mesmo. Porém, no Brasil o local para o discurso ainda não foi escolhido.

O então candidato e senador Obama discursou em Berlim, em 2008: fala ao povo(foto: AFP PHOTO DDP / MICHAEL GOTTSCHALK)
O então candidato e senador Obama discursou em Berlim, em 2008: fala ao povo (foto: AFP PHOTO DDP / MICHAEL GOTTSCHALK)


Um grupo de assessores defende que Obama fale para um público mais restrito em Brasília e que o discurso seja direcionado a empresários. Há também um grupo favorável a um público mais amplo, com o discurso aberto para a sociedade em geral. Nesse caso, o Rio de Janeiro será o palco, com direito a telão para tradução simultânea. As opções, no Rio, vão desde o Maracanãzinho até Copacabana e a Cinelândia. Uma equipe de norte-americanos desembarca neste sábado no Rio para decidir.

No entanto, Obama já manifestou interesse em uma agenda livre no Rio de Janeiro no domingo, dia 20. De manhã e à noite, o presidente, a primeira-dama Michelle Obama, e as filhas Malia, de 11 anos, e Sasha, de 9, poderão escolher o que fazer. No que depender dos assessores americanos, as alternativas são várias.

A ideia é que a programação da família Obama inclua passeios ao Pão de Açúcar, ao Corcovado e a uma das praias do Rio. Para o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), Obama deve conhecer a comunidade do Chapéu Mangueira, no Leme, zona sul da cidade. No local foi rodado em 1959 o filme Orfeu Negro. Em sua biografia, o presidente americano diz que o filme encantou a sua mãe.

Assessores de Obama examinaram outras comunidades que também passaram pelo processo de pacificação, entre elas a Cidade de Deus, na zona oeste do Rio, que também virou tema de um filme, Cidade de Deus (2002), que conta a evolução do crime organizado na região.

Assim como em Brasília, no Rio Obama também vai se reunir com empresários.

Para os diplomatas brasileiros, a visita de Obama ao Brasil com a família é a demonstração de que as relações dos Estados Unidos com o Brasil vão além das questões de Estado, como a manutenção de laços comuns, que unem nações que nasceram da colonização e progrediram definindo o próprio rumo.

Do Brasil, Obama seguirá para o Chile, onde fica de 21 a 22 deste mês, e depois para El Salvador, onde ficará apenas no dia 23. De acordo com o governo chileno, na visita do presidente americano serão abordados vários temas de interesse comum dos dois países.


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