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Estado de Minas

Irã: ex-presidente Rafsanjani perde posto político crucial


postado em 08/03/2011 13:28

Foto de 2008 mostra o ex-presidente Rafsanjani em reunião da poderosa Assembleia de Especialistas, que pode derrubar o líder supremo do Irã(foto: AFP PHOTO / ATTA KENARE )
Foto de 2008 mostra o ex-presidente Rafsanjani em reunião da poderosa Assembleia de Especialistas, que pode derrubar o líder supremo do Irã (foto: AFP PHOTO / ATTA KENARE )

O ex-presidente iraniano Akbar Hashemi Rafsanjan (1989-1997) foi obrigado nesta terça-feira a abandonar a presidência da influente Assembleia de Especialistas, posto crucial da estrutura de poder da República Islâmica, devido a uma ampla ofensiva dos conservadores, que reprovam seu apoio à oposição.

Rafsanjani entregou o cargo ao aiatolá Mohammad Reza Mahdavi Kani, religioso conservador de 80 anos de idade, que dirigirá a Assembleia de Especialistas Religiosos, cujos 86 membros nomeiam - e eventualmente podem destituir - o líder supremo, que desde 1989 é o aiatolá Ali Khamenei.

Mahdavi Kani foi primeiro-ministro depois da revolução islâmica de 1979.

Rafsanjani, de 76 anos de idade, dirigia a Assembleia de Especialistas há quatro anos. Antes da votação organizada para renovar a direção do órgão, anunciou que não se apresentaria para a reeleição caso o aiatolá Kani lançasse sua candidatura.

O ex-presidente continua ocupando outro cargo importante do regime, a presidência do Conselho de Discernimento, encarregado de aconselhar o líder supremo e de funcionar como árbitro em caso de litígio entre o Parlamento e o governo.

Revolucionário histórico, Rafsanjani era considerado homem forte do regime iraniano no fim dos anos 80 e início dos 90. No entanto, tem criticado com frequência o presidente Mahmud Ahmadinejad, que o derrotou nas eleições presidenciais de 2005 e foi reeleito em 2009.

Rafsanjani foi também presidente do Parlamento nos anos 80.

Ofensiva dos conservadores

Considerado pragmático e mais moderado, Rafsanjani é alvo há vários meses de uma ofensiva política dos ultraconservadores, que reprovam seu apoio à oposição reformista durante a crise que se seguiu à reeleição de Ahmadinejad, em junho de 2009.

Depois de ter levantado publicamente "dúvidas" sobre a regularidade do pleito, Rafsanjani criticou várias vezes a repressão violenta contra os protestos da oposição.

Nos últimos meses, Rafsandjani foi se distanciando gradualmente da oposição, condenando várias vezes as manifestações opositoras. Nas últimas semanas, multiplicou suas declarações e apelos para que os manifestantes "deixem de lado seus interesses pessoais" para preservar "os interesses do país e a unidade".

Para os conservadores, entretanto, estas declarações não foram suficientes.

Outro símbolo da perda de influência de Rafsanjani: um de seus filhos, Mohsen Hashemi, que dirigia o metrô de Teerã há 13 anos, foi demitido no sábado, depois de também ser criticado pelos conservadores.


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