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Estado de Minas

Protestos contra o governo se espalham pelo leste da Líbia


postado em 20/02/2011 18:03


Manifestantes teriam assumido o controle da maior parte da cidade de Benghazi, na Líbia, após conflitos com as forças de segurança. Segundo relatos não confirmados, um dos principais quartéis das forças do governo está nas mãos dos manifestantes, depois que um comandante do exército passou para o lado da oposição.

Segundo o correspondente da BBC no Oriente Médio, Jon Leyne, também há relatos de que os protestos e os confrontos entre manifestantes e soldados estariam se espalhando por outras cidades no leste do país.

Testemunhas em Benghazi, a segunda maior cidade da Líbia, dizem que soldados estrangeiros de outras partes da África ainda estariam atirando aleatoriamente nas ruas.

Um manifestante em Az Zawiyah disse à BBC que partidários da oposição queimaram prédios associados com a administração de Khadafi, incluindo uma das casas em que o líder se hospedava.

Em Tobruk, um morador disse que centenas de pessoas estava nas ruas.

Em outro local no leste do país, a as forças do governo teriam disparado de helicópteros, depois que fazendeiros locais bloquearam a estrada de ligação a um aeroporto estratégico do país.

"A maior parte do leste do país parece estar, no momento, nas mãos da oposição", disse Leyne.

A oposição tentou organizar protestos perto da capital, Trípoli, com uma concentração de pessoas na cidade de Misurata. No entanto, as tentativas de realizar passeatas em Trípoli na capital foram impedidas rapidamente por forças de segurança e partidários do governo.

O governo chamou as ações dos manifestantes de sabotagem e acusou estrangeiros de tentar destruir a estabilidade da Líbia.

De acordo com o correspondente, o canal de televisão estatal anunciou que o filho de Muammar Khadafi, Saif al-Islam Khadafi, falará esta noite no canal de televisão estatal.

`Massacre´

Novos episódios de violência contra manifestantes anti-governo em Benghazi, segunda maior cidade da Líbia, foram registrados neste domingo.

Testemunhas locais disseram que a cidade é palco de um “massacre” promovido pelas forças de segurança.

Segundo médicos de hospitais locais, mais de 200 pessoas teriam morrido e ao menos 900 ficaram feridos nos últimos dias.

A ONG internacional Human Rights Watch, que vem fazendo uma contabilização das vítimas dos protestos na Líbia, afirmou ter confirmado ao menos 173 mortes desde o início dos protestos, na quarta-feira.

Mas a própria organização reconheceu que a estimativa é conservadora e que o número total de mortos pode ser bem maior.

A restrição à presença de jornalistas estrangeiros e o bloqueio aos serviços de internet nos últimos dias torna difícil a confirmação independente dos números de vítimas.

Funerais

Novas mortes teriam ocorrido neste domingo, quando as pessoas que participavam de funerais de pessoas mortas na véspera teriam sido alvejados por tiros de metralhadoras e outros armamentos pesados.

Uma médica de Benghazi, identificada como Braikah, descreveu a situação na cidade como "um massacre" e descreveu à BBC como as vítimas foram levadas ao hospital Jala, onde ela trabalha.

“A maioria das vítimas tinha ferimentos a bala – 90% na cabeça, no pescoço e no peito, principalmente no coração”, disse.

Segundo ela, o necrotério do hospital Jala tinha 208 corpos neste domingo, e outro hospital tinha outros 12. Porém não está claro quantos desses corpos são de vítimas da repressão aos protestos populares.

Benghazi tem concentrado os protestos contra o regime do coronel Muammar Khadafi, no poder há quase 42 anos.

Protestos concentrados

A Líbia é um dos vários países árabes ou muçulmanos a enfrentar protestos pró-democracia desde os levantes populares que levaram à queda do presidente da Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali, em janeiro.

Desde então, os protestos populares também forçaram a renúncia do presidente do Egito, Hosni Mubarak, no dia 11 de fevereiro.

Segundo o correspondente da BBC para o Oriente Médio Jon Leyne, os atuais protestos na Líbia são os maiores até hoje contra Khadafi.

Apesar disso, eles parecem até agora estar concentrados na região leste do país, onde a popularidade do líder líbio é tradicionalmente mais baixa.


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