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Estado de Minas EM FALTA

Estado está sem repassar inseticida do fumacê para os municípios

A SES-MG alega que está em falta matéria prima para fabricação do inseticida que mata o mosquito Aedes aegypti


17/02/2023 21:28 - atualizado 17/02/2023 21:37

Carro com fumacê
O fumacê é usado quando há alta incidência de casos prováveis de dengue, ou seja, a partir de 300 casos por 100 mil habitantes. (foto: Acervo-Folha da Manhã)
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), através da Superintendência Regional de Saúde de Passos (SRS Passos), esclarece que, devido à escassez de matéria-prima para fabricação, está em falta o inseticida utilizado no fumacê para combate ao mosquito da dengue, o Aedes aegypti. Por outro lado, a SRS Passos informa que o larvicida para aplicação em focos do mosquito e o inseticida empregado em pontos estratégicos com casos notificados de dengue têm sido fornecidos regularmente aos municípios.
 
“Em Minas Gerais, o controle vetorial do mosquito Aedes aegypti (vetor do vírus da dengue) é realizado de forma mecânica e química. Na forma mecânica, é feita a remoção dos focos de larvas dos criadouros (objetos que acumulam água) pelos agentes de controle de endemias. A forma química consiste no tratamento dos criadouros com larvicidas ou adulticidas”, informa a SRS Passos, em nota do Núcleo de Vigilância Epidemiológica (NUVEPI). 
 
O “adulticida” são dois tipos diferentes de inseticidas autorizados e fornecidos pelo Ministério da Saúde (MS), dentro de uma lista de produtos recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
 
Para bloqueio da infestação do mosquito da dengue em pontos estratégicos, como borracharias, cemitérios, amontoados de lixo etc, não há falta de inseticida. Neste caso, é aplicado um produto (marca Fludora Fusion), que é fornecido pelo MS através da SES-MG, mediante solicitação dos municípios às unidades regionais de saúde, como a SRS Passos.
 
“O larvicida também tem sido fornecido regularmente, não havendo falta para os municípios, permitindo, portanto, a eliminação de larvas na sua aplicação”, informa o NUVEPI da SRS Passos na nota.
 
Já o inseticida utilizado no fumacê está com problemas de produção. “O adulticida (da marca Cielo ULV – Imidacloprida), empregado no fumacê e fornecido pelo Ministério da Saúde, está em falta desde outubro de 2022, por escassez de matéria-prima para a sua fabricação”, esclarece o NUVEPI/SRS Passos.
 
“Entretanto, outros inseticidas recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e autorizados pelo MS poderão ser utilizados pelos municípios. Assim, o MS está adquirindo um novo produto, dentro da lista recomendada pela OMS, para atender à demanda neste período sazonal das arboviroses, especialmente a dengue”.
 
O fumacê é o nome popular da operação realizada pelo método Ultra Baixo Volume (UBV) veicular e é recomendado quando há alta incidência e muito alta incidência de casos prováveis de dengue, ou seja, a partir de 300 casos por 100 mil habitantes. A cidade de Passos é a segunda em maior número de casos prováveis de dengue(1.612) no Estado, atrás de Montes Claros (3.846), de acordo com o último boletim divulgado pela SES-MG, na última segunda-feira (13/02).
 
Larvicida é para eliminar as larvas do mosquito, evitando o surgimento de novos mosquitos. Essa é uma das partes primordiais do controle vetorial (controle do mosquito) e é feita em locais onde são encontrados ovos ou larvas do mosquito (caixas d'água, piscinas etc).
 
Adulticida, é o inseticida para matar o mosquito adulto. Esse procedimento é feito por bomba costal, carregada nas costas por um agente, pela qual o produto é aplicado em determinadas áreas para bloqueio de uma possível infestação. Isso é feito em quarteirões onde ocorreu suspeita de caso de dengue ou caso confirmado. Em casos mais graves, é feito o UBV pesado, através de uma grande bomba carregada numa caminhonete. É o inseticida  usado para o mosquito adulto que está em falta.
 
Para o secretário de Saúde do município, Thiago Agnelo Sallum, o fumacê poderia ter sido feito antes. "O fumacê poderia ter sido feito com o objetivo do bloqueio quando estávamos com pouca quantidade de notificações, porém, com a falta do inseticida, estas notificações não foram cumpridas conforme o protocolo do Ministério da Saúde em relação ao bloqueio. Neste momento, a falta do fumacê pesado, pode ocasionar uma epidemia gigantesca no município, pois, os mosquitos seriam bloqueados, já estão voando. A eliminação deles tem, neste caso, que ser em voo, o que é mais complicado.
 
O manejo e limpeza dos focos, locais com água, sujeira, materiais inservíveis tem que ser feito por meio de mutirões para evitar novas posturas (nascimento de outros aedes), mas temos hoje uma infestação muito grande em Passos. A falta do BV pesado causa isso, portanto já adquirimos e estamos aguardando a chegada do inseticida para bombas costais e precisamos o suporte do governo com relação às caminhonetes do famoso fumacê. Estes veículos são de grande valia”, disse.
 
”Não vemos outra saída a não ser continuar os mutirões, a população precisa nos ajudar com limpeza de seus terrenos, não acumular entulhos. E, com as chuvas frequentes, tudo isso propicia novos nascimentos Aedes aegypti. Estamos fazendo a eliminação de focos e possíveis focos com o uso de larvicida. Estamos com equipes nas ruas fazendo os trabalhos extraordinários, sábados e domingos e, inclusive no feriado de Carnaval. Estamos trabalhando em ritmo maior, mas preciso deste fumacê pesado para alcançar os mosquitos vivos", disse Salum.


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