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Estado de Minas VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Homem denuncia ameaças após sumiço da ex-mulher e é preso pela morte dela

Investigado procurou a polícia para denunciar que estava sendo ameaçado por familiares da vítima, desaparecida há 3 dias, depois confessou homicídio


10/10/2022 18:48 - atualizado 10/10/2022 19:18

Por Mariana Lage*

Foto de selfie: Nerislene Pereira Camilo é uma mulher jovem, branca, de cabelos compridos e lisos
Nerislene Pereira Camilo tinha 25 anos (foto: Reprodução/redes sociais)
Um homem confessou ter matado a ex-mulher e foi preso nesse domingo (9/10) em Guanhães, no Leste de Minas. Ele havia procurado a polícia para denunciar que os familiares da vítima o acusavam injustamente pelo seu desaparecimento.


Nerislene Pereira Camilo, de 25 anos, foi morta a facadas na sexta-feira (7/10). O homem, de 30 anos, cujo nome não foi divulgado, contou aos policiais que eles se encontraram na casa dele "para reatar o relacionamento". Eles discutiram e ele a golpeou três vezes com uma faca.


O homem inicialmente relatou que estava sendo acusado pelo desaparecimento da vítima, negou saber onde ela estava e disse que estava se abrigando em uma propriedade do patrão por temer pela própria vida. Ao questioná-lo, os policiais encontraram contradições na versão apresentada.


A Polícia Militar (PMMG) também recebeu informações de que o homem havia sido visto na zona rural do município no dia seguinte ao desaparecimento.


Ele escondeu o corpo de Nerislene no porta-malas de seu carro e o deixou num imóvel em construção na zona rural de Guanhães, na saída para São João Evangelista. Depois voltou para casa, limpou as marcas de sangue e no dia seguinte foi trabalhar.


Segundo a PCMG, ele foi preso em flagrante pelo crime de feminicídio e ocultação de cadáver.


Durante os trabalhos periciais, foram encontradas manchas de sangue na casa do suspeito e também no carro usado para transportar o corpo, que foi apreendido.

Não há informações sobre possíveis denúncias ou queixas de violência doméstica da vítima contra o homem.

 

O que é feminicídio?


Segundo o Instituto Patrícia Galvão, feminicídio é o assassinato de mulheres em contextos discriminatórios pelo gênero, ou seja, é um crime motivado pelo fato da vítima ser mulher.

De acordo com o Mapa da Violência 2015, em 2013 foram registrados 13 homicídios femininos por dia, quase cinco mil no ano. Na maioria dos casos de feminicídio, como de outras violências como o estupro, as mulheres são assassinadas por parceiros ou ex que, motivados por um sentimento de posse, não aceitam o término do relacionamento ou a autonomia da mulher.

No Brasil, o crime de feminicídio foi definido legalmente com a Lei nº 13.104/2015, que alterou o Código Penal (CP) para incluir o feminicídio como um qualificador do crime de homicídio. Ele é um crime hediondo, como estupro, genocídio e latrocínio.

Segundo o CP, feminicídio é “o assassinato de uma mulher cometido por razões da condição de sexo feminino”, isto é, quando o crime envolve: “violência doméstica e familiar e/ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher”. A pena prevista para o homicídio qualificado é de reclusão de 12 a 30 anos.

Violência doméstica: denuncie


  • Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher

A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 é um canal criado pela Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres, que presta uma escuta e acolhida qualificada às mulheres em situação de violência. O serviço registra e encaminha denúncias de violência contra a mulher aos órgãos competentes. A denúncia pode ser feita de forma anônima e está disponível 24h por dia, todos os dias. A ligação é gratuita.

  • Ligue 190 – Polícia Militar

Em caso de emergência, a mulher ou alguém que esteja presenciando alguma situação de violência, pode pedir ajuda por meio do telefone 190. Uma viatura da Polícia Militar é enviada imediatamente até o local para o atendimento. A denúncia pode ser feita de forma anônima e está disponível 24h por dia, todos os dias. A ligação é gratuita.

  • Delegacia Especial de Atendimento à Mulher - DEAM

Diante de qualquer situação que configure violência doméstica, a mulher deve registrar a ocorrência em uma delegacia de polícia, preferencialmente nas Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher – DEAM, que funciona 24 horas por dia, todos os dias.

Em Belo Horizonte, a DEAM fica na Avenida Barbacena, nº 288, no Bairro Barro Preto. O telefone é (31) 3330-5752.


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