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Estado de Minas MINAS GERAIS

Ouro Preto: MPMG arquiva investigações sobre a empresa Saneouro

O inquérito diz respeito ao pedido de investigação sobre supostas práticas abusivas aos direitos dos consumidores pela empresa


22/09/2022 19:59 - atualizado 22/09/2022 19:59

Empresa afirma que está estudando uma data oportuna para início da cobrança das contas de água
Empresa afirma que está estudando uma data oportuna para início da cobrança das contas de água (foto: Divulgação/Saneouro)
As 1ª Promotoria de Justiça e 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Ouro Preto, na Região Central de Minas Gerais, decidiram arquivar dois inquéritos civis relacionados à concessionária Saneouro – empresa composta pelos acionistas da MIP Engenharia e GS Inima Brasil, controladas pelo quinto maior conglomerado empresarial da Coreia do Sul – que passou a ser responsável por proporcionar tratamento de água e esgoto, bem como fazer a cobrança pelos serviços na cidade histórica.

Cobrança abusiva

O inquérito civil da 1ª Promotoria de Justiça diz respeito ao pedido de investigação sobre supostas práticas abusivas aos direitos dos consumidores pela empresa sobre a futura cobrança de água na cidade. A pedido da Federação dos Moradores de Ouro Preto (Famop), o MP investigou a denúncia de que a empresa estava prestes a realizar cobranças pelo consumo de água e esgoto superiores aos valores cobrados no mercado.
 
Segundo o inquérito, o MP encaminhou a denúncia para ser apurada por uma equipe especializada da Central de Apoio Técnico (CEAT) para analisar sobres os cálculos feitos e a legalidade de reajuste da tarifa.
 
A constatação encaminhada ao MP é de que a empresa Saneouro seguiu as normas do contrato de concessão da prestação do serviço e os valores estabelecidos estão em conformidade com as normas aplicáveis.
 
Ainda segundo a decisão do MP, a tarifa anterior à privatização do serviço era de R$ 22 para qualquer quantidade de água consumida e para qualquer tipo de estabelecimento, por isso, “não pode falar de aumento abusivo, já que houve uma total reestruturação no sistema de cobrança”.
 
Por último, o MP concluiu, por meio de comparação das tarifas cobradas pela Copasa e pela Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Itabirito (Saae), em Itabirito, que os valores são próximos aos que a empresa Saneouro vai cobrar.

Sobre a licitação 

Em relação ao arquivamento do inquérito civil, aberto após a CPI Saneouro, a 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Ouro Preto constatou que não há indícios de favorecimento ou direcionamento da licitação para a empresa vencedora do certame e o MP reconhece que a composição da comissão especial de licitação  presidida por um servidor vinculado à Admistração Municipal da época não foi ilegal.
 
A decisão também diz que não foi encontrada nenhuma ilegalidade que justifique a adoção de qualquer providência do órgão no sentido de anular o procedimento licitatório ou mesmo de buscar a responsabilização de qualquer agente por ato de improbidade administrativa.

O que diz a prefeitura

Em nota a prefeitura de Ouro Preto diz que não houve anulação de procedimentos, mas apenas o arquivamento de inquérito civil público instaurado acerca das matérias as quais a 3ª Promotoria é competente para atuar e que foram objeto de representações.
 
“Na prática, isso significa que, acerca dessas matérias, entendeu o Ministério Público tratarem-se de eventuais vícios sanáveis, não passíveis, a princípio, de gerarem nulidades a ponto de se embasar o ajuizamento de Ação Civil Pública ou Termo de Ajustamento de Conduta, principais ferramentas de atuação do MP”.
 
A prefeitura ainda diz que o município trabalha a questão da Saneouro por meio do  Grupo de Estudos criado para discutir soluções sobre o saneamento básico do Município. “A prefeitura está avaliando a possibilidade de eventual encampação ou remunicipalização do sistema e não envolvem, diretamente, as questões formais da licitação as quais foram objeto de análise deste relatório de arquivamento da 3ª Promotoria de Justiça”.
 
A prefeitura também afirma que está em tramitação junto à Procuradoria do Município diversos processos administrativos tratando de questões específicas como, por exemplo, a instalação dos hidrômetros e o cumprimento de metas contratuais relacionadas ao objeto da concessão.

Empresa comemora arquivamento

De acordo com o advogado da GS Inima Brasil, Cláudio Mendes, a decisão trouxe uma segurança jurídica para a empresa sobre o processo de licitação, bem como para a população que está vendo a possibilidade de continuidade dos serviços e assim cumprir a Política Nacional de Saneamento Básico.
 
Em relação às metas contratuais, a empresa diz que a concessão de 35 anos prevê prazos e que vai construir a rede de esgoto.
 
“São grandes obras de infraestrutura e demoram, não tem como simplesmente virar a chave, são 38 milhões de investimentos e estamos caminhando para que o esgoto seja coletado e tratado. Ficamos felizes em saber que a o MP reconheceu o processo de licitação”.
 
Sobre a efetiva cobrança de água, a empresa afirma que está estudando uma data oportuna e que a meta de 90% da hidrometração já foi concluída.


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