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Estado de Minas ATÉ QUINTA

Justiça suspende mineração na Serra do Curral por três dias

Decisão é válida até audiência de conciliação entre o ex-deputado estadual Paulo Lamac, autor da ação, e o governo estadual sobre atuação da Tamisa na serra


11/07/2022 16:19 - atualizado 11/07/2022 17:07

Serra do Curral com vista de Belo Horizonte ao fundo
Medida é válida até a quinta-feira (14/7), quando uma audiência de conciliação foi marcada (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
A Justiça suspendeu as atividades da Taquaril Mineração S.A. (Tamisa) na Serra do Curral até a quinta-feira (14/7). A decisão, publicada na noite de domingo (10/7), atende a uma ação movida pelo ex-deputado estadual e ex-vice-prefeito de BH, Paulo Lamac (Rede), que aponta que a atuação da mineradora representa risco a um patrimônio natural, cultural e histórico.

O responsável pela decisão foi o juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias de Belo Horizonte, Michel Curi e Silva, que marcou uma audiência de conciliação marcada para a quinta-feira, às 15h. O magistrado intimou Lamac e o governador Romeu Zema (Novo) ou o Advogado-Geral do Estado a comparecer à reunião.

Não havendo acordo entre as partes após a reunião de conciliação, o juiz informou que decidirá se mantém ou não a ordem de suspensão das atividades da Tamisa.

Na decisão favorável à ação de Lamac, o juiz citou um trecho do pedido do ex-deputado em que são apontadas violações ao plano diretor de Nova Lima, onde fica a mina, e detalha a estrutura pretendida pela Tamisa no local.

“O projeto da Tamisa viola as regras urbanísticas previstas no Plano Diretor de Nova Lima – legislação responsável por nortear a ocupação dos espaços da cidade. A área da Serra do Curral almejada para exploração pela Tamisa tem vegetação de Mata Atlântica. O Complexo Minerário Serra do Taquaril inclui lavra a céu aberto de minério de ferro, unidade de tratamento de minerais, com tratamento a seco e úmido, pilhas de rejeito estéril, estradas internas, bacias de contenção de sedimentos, estruturas e prédios administrativos”.
 
Em nota, a Tamisa informou que recebeu com surpresa a notícia da decisão judicial que determina a paralisação das atividades da empresa proferida em uma ação da qual não faz parte.

A mineradora voltou a afirmar que cumpriu todas as exigências legais para obter as licenças para o empreendimento na Serra do Curral e que, em momento oportuno e caso seja acionada pelo Poder Judiciário, comprovará a atuação dentro das normas.

Procurado pela reportagem, o Governo de Minas informou que, em respeito aos ritos forenses e à divisão dos Poderes, não comenta ações judiciais.
 

Avanços e recuos

A suspensão das atividades da Tamisa por três dias é mais um capítulo de uma história marcada por entraves. No fim de abril, a mineradora conseguiu aval positivo do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) para instalação na Serra do Curral.

Na semana seguinte à liberação obtida no Copam, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento (Semad) publicou as licenças prévia e de instalação para a mineradora iniciar os trabalhos na Serra, incluindo a supressão de vegetação.

Já em 19 de junho, o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha) publicou uma portaria tombando provisoriamente a Serra do Curral. Embora a medida não altere a licença de instalação já concedida à Tamisa, ela cria entraves para que a mineradora consiga avançar etapas que permitem o início da operação no local.


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