
Na noite deste sábado (19/02), em nota do comando, o comandante-geral da PMMG, coronel Rodrigo Sousa Rodrigues fez afagos aos manifestantes, demonstrou apoio às demandas, mas não criticou o governo diretamente, pelo contrário, preferiu dizer que a administração estadual sabe das demandas e procura uma solução.
Pelos cálculos do movimento, a previsão é de que entre 10 mil e 20 mil servidores participem da manifestação, vindos de diversas partes do estado. Somente do interior, são esperados 80 ônibus e mais de 40 vans, que chegam a partir deste sábado (19/2), sem contar carros particulares e funcionários das cidades da Grande BH.
No final de 2020, o governador enviou à Assembleia o Projeto de Lei nº 1.451/20, que previa recomposição de 41%, dividida em três parcelas, sendo 13% em julho de 2020, 12% em setembro de 2021 e 12% em setembro de 2022.
Para liberar a pressão da presença de policiais da ativa, o comandante reconheceu o movimento. "Trata-se de um evento legítimo, inclusive com a participação de quem ombreia na ativa ou ombreou o bom combate (veteranos e da reserva) e estabeleceu alicerces para estarmos onde estamos. Unidos, teremos garantido os nossos direitos e a defesa e proteção do povo mineiro", afirma a nota.

"No entanto, cuidemos para que nenhuma ação retira o brilho do respaldo que A nossa instituição conquistou até hoje inclusive reconhecida como patrimônio do povo mineiro. Qualquer ato que saia do campo de uma manifestação pacífica poderá fazer com que a nossa marca seja apedrejada e dificulte a manutenção de nossa sustentabilidade", salienta o comunicado.
"Esse tipo de movimento a gente sabe como começa, mas não sabe como vai terminar. Eu já avisei ao secretário de governo (Igo Eto) que o movimento está vindo e será forte, que não adianta fazer jogo político e usara justiça para não cumprir as promessas", disse o deputado estadual Sargento Rodrigues (PDT).
O comandante-geral se coloca ainda de forma a defender os interesses e direitos da corporação, sem contudo tecer qualquer crítica direta ao governo do estado. Pelo contrário, reconhece esse trabalho da administração Zema.
"Continuaremos em franca negociação com o governo do estado, que já reconheceu nossas perdas inflacionárias e buscar soluções para repor reposição da remuneração da tropa que tem se desdobrado, inclusive na pandemia, para que o estado continue a ser referência em segurança pública.

Nota do governo de Minas Gerais
"O Governo de Minas mantém diálogo aberto com todas as categorias, levando em conta as necessidades dos servidores e o importante trabalho prestado por eles ao Estado. Mesmo diante a todas as dificuldades financeiras enfrentadas e aprofundadas pela crise sanitária da pandemia, em 2020, foi concedido reajuste de 13% para as forças de segurança.
Com a adesão ao RRF, projeto que aguarda análise da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o Estado terá condições de aplicar a recomposição da inflação nos salários de todas as categorias do funcionalismo público, e dar continuidade ao pagamento das dívidas herdadas, como os repasses para os municípios e os depósitos judiciais.
Atualmente, as despesas obrigatórias do Estado ultrapassam 100% da arrecadação na maior parte dos anos e a perspectiva é que elas permaneçam próximas desse patamar. O Governo de Minas tem se dedicado para conseguir, mesmo nesse cenário, trazer melhorias para os servidores, pois reconhece o trabalho valoroso que eles prestam."