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Estado de Minas PRESENTE

Biblioteca da UFOP recebe doação de livro raro publicado em 1833

Com apenas quatro cópias no mundo, livro do Barão Eschwege aborda questões técnicas e aspectos sócio-políticos do Brasil colonial


12/10/2021 20:31 - atualizado 12/10/2021 21:52

Prédio da Escola de Minas, em Ouro Preto
A Biblioteca de Obras Raras da Escola de Minas (BIBORAR) guarda um acervo de mais de 30 mil obras (foto: Divulgação/UFOP)
 Uma obra rara, publicada em 1833, foi doada para Biblioteca de Obras Raras da Escola de Minas (Biborar) em Ouro Preto, na Região Central de Minas Gerais, em comemoração à tradicional Festa do 12, uma data que se mistura com a história da ciência e da educação no Brasil e tem como objetivo homenagear a criação da Escola de Minas, que completa 145 anos em 2021.
 
O evento celebra ex-alunos, professores e personalidades marcantes para a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e tem como ponto alto as festas nas repúblicas. Nesse ano, por causa da pandemia, as comemorações não ocorreram e ficaram restritas apenas à solenidade de forma online por recomendação da reitoria da UFOP.
 
Para manter viva a memória dos primeiros bancos escolares que estudaram a exploração geológica de caráter científico no Brasil, uma importante obra que retrata as primeiras descobertas geológicas do ouro e diamantes na região foi doada por um ex-aluno de uma das oito repúblicas homenageadas na solenidade.

Um exemplar da edição original da obra "Pluto Brasiliensis", do Barão Wilhelm von Eschwege, publicada em Berlim em 1833, agora vai fazer parte do acervo da biblioteca que reúne cerca de 30.500 volumes de publicações técnico-científicas nas áreas de ciências naturais, puras e aplicadas.
 
Um presente raro
 
“Doo essa obra à biblioteca com muito gosto! No Brasil não encontrei nenhum outro volume e acredito que a querida Escola de Minas de Ouro Preto merece essa obra no acervo”, diz engenheiro ex-aluno, José Murilo Mourão, que entregou o livro de mais de 600 páginas ao diretor da Escola de Minas da UFOP, professor Issamu Endo.
 
José Murilo afirma que fez uma pesquisa sobre a obra e encontrou apenas três volumes originais dela que estão na Universidade Yale, nos Estados Unidos, com acesso extremamente restrito, e as outras duas foram encontradas na biblioteca da Universidade de Göttingen onde Eschwege foi aluno e veio a ser professor. “Não encontrei nem na Biblioteca Nacional do Brasil, considerada referência de acervos raros no mundo”.

 
Engenharia e história do Brasil

 
O Barão Eschwege foi considerado o pai da geologia no Brasil e chegou ao Brasil em 1810 a convite de Dom João VI onde fez os estudos entre os anos de 1810 até 1821. Ao retornar à Alemanha, a obra foi impressa em Berlim por meio do patrocínio da coroa inglesa deixando assim, um grande legado no campo da engenharia.
 
“Essa é uma curiosidade, uma dedicação nas primeiras páginas do livro, que agradece à família real britânica o patrocínio da obra. A família real portuguesa achou cara a publicação no momento”.
 
O engenheiro conta que ganhou o livro quando fez um curso na Alemanha por meio de uma empresa que trabalhava e ao retornar ao Brasil, ganhou a obra de presente de uma amigo feito nesse período.
 
"Fui procurado por diversas vezes pela USP para doar a obra. Depois de 30 anos descobri que o lugar devido para ela é a Biblioteca de Obras Raras da Escola de Minas.  Todo mundo que estuda engenharia deve ler esse espetacular livro, ele é uma obra da engenharia não só nas questões técnicas, mas também pelos aspectos sócio-políticos do Brasil colonial", completou José Murilo.

 
O que é a Festa do 12

 
Tradicionalmente conhecida como Festa do 12, a comemoração anual da inauguração da Escola de Minas, em 1971 pelo imperador Dom Pedro II,  é feita no dia 12 de outubro na histórica Ouro Preto. O evento reconhece a importância dos ex-alunos e professores que contribuíram e contribuem com o ensino e pesquisa nas áreas geológicas, metalúrgica e mineral.

Todos os anos ocorrem as solenidades com estregas de medalhas e ,após o evento, as repúblicas estudantis fazem a suas festas particulares, onde as pessoas podem conhecer um pouco mais sobre as pessoas que moraram no local e fazem parte do acervo de quadros nas salas das residências. Há também o batismo de novos quadros, onde são inseridos no acervo, os novos formandos da UFOP. 


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