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Estado de Minas MEIO AMBIENTE

Deputado mineiro propõe amplo debate sobre efeitos das mudanças climáticas

Carlos Pimenta quer envolver órgãos e autoridades na busca de soluções para o problema, com base em reportagens do Estado de Minas


25/08/2021 21:09 - atualizado 26/08/2021 08:10

Rio das Pedras, que já correu cheio o ano inteiro, hoje totalmente seco no município de Glaucilândia. Efeitos das mudanças climáticas(foto: Luiz Ribeiro/DA Press)
Rio das Pedras, que já correu cheio o ano inteiro, hoje totalmente seco no município de Glaucilândia. Efeitos das mudanças climáticas (foto: Luiz Ribeiro/DA Press)
Um amplo debate, envolvendo autoridades, representantes dos órgãos públicos estaduais e federais, visando a busca de solução para os problemas enfrentados por Minas Gerais diante do efeito das mudanças climáticas.
 
Esta é a proposta do deputado estadual Carlos Pimenta (PDT), com base em reportagens do Estado de Minas, publicadas entre domingo (22/05) e quarta-feira (25/08), que mostraram as graves consequências dos efeitos das mudanças climáticas no estado, com a elevação da temperatura, o desaparecimento de nascentes, a diminuição e o secamento de centenas de rios e córregos.
 
Além dos resultados de estudos científicos, as reportagens mostraram os drásticos efeitos das alterações que já são sentidas por moradores de regiões como o Norte de Minas, com reflexos na redução da disponibilidade de água e nas perdas na produção de alimentos. 
 
Na região, se encontram 13 dos 33 municípios em grau mais crítico de vulnerabilidade climática de Minas, segundo estudo da Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM). Um deles é Glaucilândia, visitado pelo EM. Todos os rios e córregos do município que eram perenes, hoje, estão secos. Até mesmo o Rio Verde Grande (afluente do Rio São Francisco), está completamente vazio no seu trecho que corta Glaucilândia. 
 
Carlos Pimenta apresentou um requerimento para que o tema venha a ser discutido amplamente em audiências na Casa por parte das comissões de Meio Ambiente e de Agropecuária e Agroindústria. 

"Eu quero entender a que ponto estamos vivendo com essas mudanças climáticas, pois já se projeta um aquecimento de um grau e meio para a próxima década. Estimativas baseadas no pior cenário da ONU (Organização das Nações Unidas), indicam que cidades mineiras podem enfrentar calor hoje registrado em algumas das capitais mais quentes do país", afirma o parlamentar.

De acordo com Pimenta, a proposta é realizar um evento de tal maneira que "Minas possa sair na frente dos outros estados e fazer uma análise científica e mercadológica dos efeitos das mudanças climáticas, envolvendo todos os organimos do Governo do estado, em comum acordo com os órgãos do Governo Federal". 

"O objetivo é que a gente possa entender a extensão dessas mudanças climáticas, o que já temos de concreto, e fazer uma projeção para o futuro dos efeitos dessas mudanças climáticas no meio ambiente, na produção de alimentos, na repercussão em nossas nascentes, nos nossos rios e nossos córregos, anuncia o deputado. Hoje, a água é disputada por todos os municípios para o abastecimento", observa. 

"Vamos envolver a imprensa, de maneira muito especial, o Estado de Minas, que, em boa hora, levantou essa questão com muita propriedade competência. Queremos mostrar esse fato para o Brasil, numa forma de alerta para o nosso país", assegura o deputado.
 
Ele lembra que, atualmente, o rebanho bovino do Norte de Minas está sendo dizimado com os criadores vendendo as matrizes "porque estão magras e vão morrer de fome". " Não queremos que esse fato se repita de forma avassaladora como estamos vendo. Vamos propor um debate para que isso seja discutido, talvez, um, dois ou tres dias, na forma de seminário, com a participação de autoridades estaduais e federais e com autoridades do Norte de Minas, para que possamos entender esse cenário", explica. 

Deputado Carlos Pimenta cobra medidas contra efeitos das mudanças climáticas(foto: ALMG/Divulgação)
Deputado Carlos Pimenta cobra medidas contra efeitos das mudanças climáticas (foto: ALMG/Divulgação)
O parlamentar lembra que, "historicamente,", o Norte de Minas sempre conviveu com a seca. "Mas, agora, as coisas estão acontecendo de uma maneira muito rápida, muito dramática. As nascentes estão desaparecendo. É necessária uma conscientização para que a própria população, os proprietários rurais possam participar dos programas governamentais e eles próprios cuidarem e cercarem as nascentes e replantar as matas ciliares", sugere Pimenta.

Ele salienta que os governos precisam implantar "planos e programas" viáveis para garantir a recuperação ambiental e o retorno das águas, com ações a longo prazo. Nesse sentido, deverão deixar de lado medidas paliativas como a entrega de água aos flagelados da seca por meio de caminhões-pipas. 

COBRANÇA DO GOVERNO FEDERAL  

Carlos Pimenta também cobra do Governo Federal a dotação orçamentária para os órgãos que auxiliam os pequenos produtores no enfrentamento das adversidade climáticas, como o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) e a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf).

"Esses órgãos só sobrevivem com emendas parlamentares dos deputados federais. Eles precisam de orçamentos próprios com mais recursos", avalia. O deputado estadual mineiro considera que os efeitos catastróficos das mudanças climáticas mostrados pelo Estado de Minas somente serão amenizados com uma ação mais enérgica por parte dos governantes.
 
"O Poder PÚblico precisa entrar de cabeça nisso (combate aos efeitos das mudanças climáticas e recuperação ambiental). É tudo ou nada. Esta vivendo um momento em que todos precisam agir", conclui Carlos Pimenta.


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