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Estado de Minas COVID-19

Faltosos podem pôr a cidade em risco


07/07/2021 04:00

Para o infectologista Carlos Starling, há possibilidade de parte das faltas se dever ao esquecimento ou dificuldade de locomoção de alguns idosos (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press - 18/6/21)
Para o infectologista Carlos Starling, há possibilidade de parte das faltas se dever ao esquecimento ou dificuldade de locomoção de alguns idosos (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press - 18/6/21)

Os mais de 30 mil belo-horizontinos que não tomaram a segunda dose de vacina contra a COVID-19 mesmo já tendo sido chamados colocam em risco a imunização na capital mineira. É o que afirmam três médicos infectologistas, que ainda avaliam que as ausências podem ter um "grande impacto" na cidade, como permitir o surgimento de novas –  e mais resistentes – cepas.

"É como se você tivesse um funcionário, ordenasse que ele fizesse apenas metade de uma tarefa e esperasse pela tarefa completa. Não faz sentido", explica o médico infectologista Leandro Curi. "Cada fabricante especifica, após testes e pesquisas, quantas doses são necessárias para que a vacina funcione no organismo, o que chamamos de imunização plena", completou.

Em Belo Horizonte, 32,9 mil pessoas não receberam a segunda dose de vacina da CoronaVac, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde. Os grupos que não tomaram a dose de reforço são trabalhadores da saúde e idosos, primeiros a serem contemplados no esquema vacinal, desde janeiro.

O número é alarmante. "É preocupante. São potenciais carregadores do vírus, ainda mais falando em uma pandemia ainda sem controle. Cada vez que uma pessoa deixa de ter a imunização plena é um risco a mais de gerar uma cepa mais resistente, congestionar o sistema de saúde e, lógico, se adoecer e morrer", complementa Curi.

Mas por que uma pessoa deixaria de se proteger, proteger os familiares e ajudar a colocar fim a uma pandemia que já se arrasta por mais de 15 meses?  O infectologista Adelino de Melo Freire Júnior aponta algumas razões, que podem ir do "desleixo de pessoas que supõem que uma dose já seria suficiente, até o esquecimento -–não está atento, saiu do radar, passou a não se preocupar."

O temor por efeitos colaterais também é visto como um dos fatores por alguns especialistas. Adelino explica que algumas "pouquíssimas" pessoas sentiram alguns efeitos colaterais e acabam temendo que se repitam numa segunda aplicação. "São todos sintomas muito leves, de pouca duração e com certeza infinitamente mais brandos do que a própria doença", adverte.

Em relação aos idosos, que foram os primeiros imunizados, os especialistas alertam que pode ocorrer falta de memória – ou mesmo dificuldade de locomoção. "Muitos moram sozinhos, não têm acompanhantes e acabam se esquecendo ou não tendo condições de se dirigir ao local de imunização. Também ocorrem eventuais falta de esclarecimentos sobre a necessidade da segunda dose", observa o médico infectologista Carlos Starling.

Adelino ainda cita um outro motivo para explicar as mais de 30 mil ausências em BH. "São aquelas recomendações das autoridades sanitárias como a de se evitar a vacina em casos de comprovação de infecção pelo novo coronavírus entre uma dose ou outra". Quando a pessoa estiver com alguns dos sintomas gripais, especialmente febre, é, de fato, recomendado um intervalo de quatro semanas. Mas o infectologista sustenta: "O ideal é que seja testado e, somente em caso positivo, deve se evitar a segunda dose".

Ampliação das prioridades


O Ministério da Saúde anunciou na tarde ontem a inclusão de bancários e funcionários dos Correios na lista de prioridade para vacinação contra a COVID-19. A informação foi divulgada no Twitter oficial do órgão. O governo não explicou como a vacinação vai funcionar, mas prometeu lançar uma nota técnica sobre o assunto "nos próximos dias". De acordo com o anúncio, a decisão foi tomada pelo ministro Marcelo Queiroga após reunião com representantes da categoria. A pasta não falou quando vai começar a vacinação do grupo nem quantos funcionários dos Correios serão imunizados. Entre os bancários, a estimativa do governo é vacinar mais de 500 mil. O país ainda não concluiu a vacinação dos grupos prioritários. A lista é formada por 28 grupos que correspondem a cerca de 78 milhões de pessoas. Paralelamente, a população em geral está sendo vacinada por ordem decrescente de faixa etária.



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