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Estado de Minas Violência

Cresce a agressão a idosos


25/06/2021 04:00

Denúncias de abusos este ano chegam a 33,6 mil casos, no Disque 100 (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press - 16/8/19)
Denúncias de abusos este ano chegam a 33,6 mil casos, no Disque 100 (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press - 16/8/19)

As denúncias de violência contra idosos no Brasil, neste ano, já chegam a quase metade do total registrado em 2020. Em seis meses são 33,6 mil casos em todo país, segundo o canal telefônico disponibilizado pelo governo federal, Disque 100. A pandemia de COVID-19 levou ao aumento de ocorrências, que nem sempre são denunciadas pelos idosos, por medo ou vergonha da situação. Segundo a Agência Brasil, o isolamento social aumentou a quantidade de denúncias recebidas. Foram 48,5 mil registros em 2019 contra 77,18 mil em 2020.

O Estatuto do Idoso descreve a violência contra essa faixa etária como qualquer ação ou omissão, praticada em local público ou privado, que lhe cause morte, dano ou sofrimento físico ou psicológico. A maioria das agressões parte da própria casa dos idosos. Segundo a socióloga Maria Cecília Minayo, pesquisadora emérita da Fundação Oswaldo Cruz, em todo o mundo, mais de 60% dos casos têm os parentes próximos como autores.

"Normalmente, os agressores vivem dentro de casa com a vítima. Dois terços desses agressores são filhos, que agridem mais do que as filhas, seguidos por noras ou genros, e cônjuges, nessa ordem. Os idosos quase não denunciam, por medo e para proteger os familiares”, disse a socióloga.

Entre as motivações para a violência está a perda auditiva. A ideia de que o idoso não escuta bem, ‘não serve mais’ e que é melhor tirá-lo do convívio é errônea. “Essa ideia de que o idoso já não serve mais é tão errônea no Brasil que 55% dos idosos brasileiros ou mantém financeiramente suas famílias ou ajudam a manter suas famílias. Retirá-los do convívio é como 'deixa ele lá, tá quietinho, é velho’, quando ele deveria estar integrado na família", explica Minayo.

A perda auditiva é comum. De acordo com a fonoaudióloga da Telex Soluções Auditivas, Luciane de Sousa, os familiares devem ter paciência e carinho para incentivar o idoso a fazer um tratamento, apoiá-lo na adaptação com aparelhos auditivos e incluir na rotina da casa.  Além disso, o uso essencial das máscaras pode dificultar o entendimento dos idosos durante as conversas e o ideal é gesticular.

Dados do Disque 100 analisados entre primeiro semestre de 2019 e o de 2020 pela pesquisadora Fabiana Martins Dias de Andrade, da Escola de Enfermagem da UFMG e mostram que a violência contra o idoso cresceu 82,22% em Minas durante a pandemia. Foram 5.963 denúncias de violência no primeiro semestre de 2020 enquanto, no mesmo período em 2019, foram 3.202 – ou seja, 2.761 a mais na quarentena.

*Estagiária sob supervisão da subeditora Kelen Cristina



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