Sob pressão para acelerar o ritmo de vacinação contra a COVID-19 no Brasil, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou, ontem que o governo federal tem assegurados para o mês de abril 30,5 milhões de doses do imunizante contra o SArs-CoV-2. Segundo o cardiologista, a quantidade é a que a pasta da Saúde tem como “certa” e será produzida pelo Instituto Butantan e pela Fundação Oswaldo Cruz.
“Em relação ao cronograma, o que nós temos são doses estimadas, porque isso depende das entregas. [...] Agora, no mês de abril, nós temos assegurados 30,5 milhões de doses dessas vacinas, que são produzidas nas nossas duas instituições, Fiocruz e Instituto Butantan. Isso é o que a gente tem certo”, declarou durante coletiva de imprensa no evento de lançamento da campanha de vacinação contra a gripe.
O ministro explicou que havia uma possibilidade do Ministério da Saúde contar com a vacina Covaxin, da Bharat Biotech, porém o imunizante não obteve autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser importado e aplicado na população brasileira. “Houve problema de registro. Isso estava tratado com a Bharat Biotech. Infelizmente, a Anvisa não autorizou e a gente teve que retirar essa previsão de doses”, disse.
Apesar de reconhecer que tem capacidade para vacinar mais brasileiros, o ministro Queiroga acredita que a campanha de vacinação contra a COVID-19 está “acelerada” no Brasil. “O Brasil já é o quinto país que mais vacina e o nono país que mais vacina por 100 mil habitantes, e nós já vacinamos 1 milhão de pessoas por dia”, disse. O cardiologista lamentou não ter mais vacinas disponíveis para poder imunizar os brasileiros, mas reforçou que este não é um problema só do Brasil.
Mortes
O anúncio veio no dia que o Brasil registrou 1.480 mortes por COVID-19 nas últimas 24 horas. Os dados são do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). A última atualização do balanço mostrou que foram 35.785 casos em um único dia. Com isso, a média de óbitos pela COVID-19 dos últimos sete dias chegou a 3.124, maior número desde o início da pandemia no país. Desde o início da pandemia já são 354.617 mortes e 13.517.808 casos.