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Estado de Minas COVID-19

Brasil supera EUA em mortes diárias

País registra média de óbitos por coronavírus mais de duas vezes maior do que nos Estados Unidos. Lá, transmissão recua e aqui segue em alta


24/03/2021 04:00

''Fundamental também é a vacinação, que avançou absurdamente nos Estados Unidos e está muito lenta no país, está dentro do gerenciamento ruim do nosso país'' - Estevão Urbano, presidente da Sociedade Mineira de Infectologia (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press - 25/11/20)
''Fundamental também é a vacinação, que avançou absurdamente nos Estados Unidos e está muito lenta no país, está dentro do gerenciamento ruim do nosso país'' - Estevão Urbano, presidente da Sociedade Mineira de Infectologia (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press - 25/11/20)

Em setembro de 1940, Carmen Miranda (1909 -1955) gravava o sucesso “Disseram que voltei americanizada”, uma composição em que brinca com as comparações entre Brasil e Estados Unidos. Oito décadas depois, as comparações se tornaram inevitáveis. Os dois países ocupam os primeiros lugares nas estatísticas da pandemia de COVID-19. No entanto, a média de morte no Brasil, que só cresce, é de 2.306, mais que o dobro do que a média móvel nos Estados Unidos, com 1.102 mortes. Apenas nas últimas 24 horas, o Brasil perdeu 3.251 vidas para   a COVID-19.

O país anglo-saxão se distancia cada vez mais do Brasil e dá em nós brasileiros uma certa inveja de como aquele país tem enfrentado a pandemia. O sentimento não pode ser enquadrado no tal “complexo de vira-lata”, expressão criada pelo escritor Nelson Rodrigues para a percepção de inferioridade dos brasileiros em relação a outros países.

Desde o início da pandemia, Brasil e Estados Unidos ocupam os dois primeiros lugares nos números de transmissão da COVID-19. No entanto, desde o início de 2021, os dois países tomaram decisões diferentes em relação à gestão do combate ao novo coronavírus. O país da América do Norte, em números absolutos, ainda totaliza mais mortes, com 542.587, enquanto o Brasil tem 295.425. No entanto, o Brasil superou os Estados Unidos no número de mortes diárias pela COVID-19. A população americana  (328,2 milhões de habitantes) é maior que a brasileira (209,5 milhões de habitantes), no entanto, a média de mortes e de casos lá tem decrescido enquanto no Brasil aumenta.

Na curva de transmissão do novo coronavírus, os Estados Unidos apresentam uma curva descendente, enquanto no Brasil há uma estabilidade em um platô com tendência de aumento. Em 14 dias, o Brasil registrou 995.861 casos. A média dos últimos sete dias 75.417 em 22 de março. Nos Estados Unidos, em 14 dias foram 765.459 casos. Desde 10 de janeiro, quando registrou a média de 254.908, a curva vem caindo por lá. Em 22, 54.190. A média móvel de mortes também despencou nos Estados Unidos de 3.114,  em 14 de fevereiro (data com o maior registro de mortes por lá)  para 1.051 em 22 de março. No mesmo período analisado, o Brasil passou de 1.102 para 2.306

Variantes 


O presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Estevão Urbano, atribui a piora no Brasil, em relação aos Estados Unidos, a dois fatores: às variantes, que estão muito disseminadas no país, e à gestão da pandemia. “As variantes se transmitem muito mais do que a cepa original”, afirma. A avaliação do infectologista tem respaldo no estudo elaborado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado ontem, que identificou mutações nas três variantes do novo coronavírus circulando no Brasil, a P1, originada em Manaus, a B117, do Reino Unido, e a B1351, que veio da África do Sul (B.1.351).

A gestão no enfrentamento ao novo coronavírus é o segundo motivo apresentado pelo infectologista. Ele avalia como muito ruim a política de contingência da pandemia no Brasil, ao passo que nos Estados Unidos, há um maior controle desde quando o presidente Joe Biden assumiu em janeiro. “Fundamental também é a vacinação, que avançou absurdamente nos Estados Unidos e está muito lenta no país, está dentro do gerenciamento ruim do nosso país”

O programa de vacinação norte-americano teve início em 14 de dezembro de 2020. Desde então, foram 44,9 milhões de pessoas vacinadas, 13,6% da população. O país segue ritmo rápido na imunização com a vacinação de cerca de 2 milhões de pessoas por dia. Enquanto o Brasil vacinou até o momento 3.507.089 pessoas, 1,7% dos brasileiros.

A primeira pessoa a ser vacinada no Brasil foi a enfermeira Mônica Calazans, em 17 de janeiro, em São Paulo. No entanto, o ato foi apontado como marco pelo Ministério da Saúde.  O início da vacinação foi envolta em uma politização pelo presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria, em relação a CoronaVac, vacina produzida pelo laboratório chinês Sinovac e o Instituto Butantan.

Em meio a todo esse caos, ainda há a mudança no comando do Ministério da Saúde. Desde o início da pandemia foram quatro ministros: Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich, Eduardo Pazuello e Marcelo Queiroga, que tomou posse ontem.



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