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Estado de Minas MUDAS 'ACELERADAS''

Genética: pesquisa da UFV agilizará recuperação de espécies em Brumadinho

Com a técnica desenvolvida, mudas, que poderiam levar mais de oito anos para florescer, devem iniciar esse processo entre seis e 12 meses


15/12/2020 08:47 - atualizado 15/12/2020 09:48

Material genético de 10 plantas de cinco espécies diferentes foi recolhido, incluindo espécies ameaçadas de extinção (foto: UFV/Divulgação)
Material genético de 10 plantas de cinco espécies diferentes foi recolhido, incluindo espécies ameaçadas de extinção (foto: UFV/Divulgação)
Após um dos maiores desastres ambientais do Brasil, com o rompimento da Barragem córrego do Feijão, em janeiro de 2019, a biodiversidade de Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, poderá ser recuperada, e de forma acelerada, graças a pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Uma técnica inovadora vai resgatar o DNA e criar cópias das plantas da região.

 

Utilizada pela primeira vez no Brasil, a técnica está sendo aplicada para a reabilitação florestal da vegetação impactada pelo rompimento da Barragem B1. Mudas, que poderiam levar mais de oito anos para florescer, devem iniciar esse processo entre seis e 12 meses.

 

O projeto “Resgate de DNA e indução de florescimento precoce em espécies florestais nativas da região de Brumadinho” foi considerado pelos especialistas da UFV como um marco para a conservação genética de plantas e reflorestamento de espécies em extinção.

 

Em campo, os pesquisadores visitam as áreas afetadas e realizam o procedimento de resgate do DNA. “Resgatamos o DNA de espécies importantes para a estrutura das florestas da região, como jacarandá caviúna, ipê amarelo, braúna e jequitibá. Também estamos produzindo cópias das plantas para garantir que a constituição genética de cada uma não seja perdida”, explica o professor do Departamento de Engenharia Florestal da UFV (DEF/UFV), Gleison dos Santos.

 

Ao todo, foram recolhidos materiais genéticos de 10 plantas de cinco espécies diferentes, incluindo espécies ameaçadas de extinção e protegidas por lei. O processo de cópia se inicia no campo, com a coleta de ramos das árvores-matriz. Já no laboratório, os ramos passam por um procedimento de enxertia para se tornarem capazes de reproduzir exatamente o material genético de outras plantas a partir de pequenas porções.

 

A previsão é de que as mudas comecem a ser plantadas na área impactada nos primeiros meses de 2021.

 

De acordo com o reitor da instituição, professor Demetrius David Silva, trabalhos como esse ajudam a universidade mostrar sua capacidade de inovar e fazer diferença para a sociedade brasileira. Isso tanto do ponto de vista ambiental, como de atendimento às demandas do setor produtivo. O reitor destaca ainda que a tecnologia utilizada é uma patente desenvolvida pela UFV e que está a serviço de demais empresas e setores da sociedade.

 

Desastre em Brumadinho

 

No dia 25 de janeiro de 2019, a barragem de rejeitos de minério da Mina do Córrego do Feijão, administrada pela Vale, rompeu, causando um mar de lama e destruição. Um dos maiores desastres ambientais do Brasil, que causou sérios danos à biodiversidade da região.

 

De acordo com um relatório, publicado pela ONG Fundo Mundial para a Natureza (WWF-Brasil), aproximadamente 125 hectares de florestas foram perdidos, o equivalente a mais de um milhão de metros quadrados, ou 125 campos de futebol.

 

A fauna aquática e a terrestre também foram fortemente impactadas pelo desastre. A vida aquática acabou onde a lama acumulou, nos trechos mais afetados, o rio deixou de correr e a água foi substituída pela lama. A fauna terrestre que depende do curso do rio, também sofreu as consequências.

 

A tragédia provocou a morte de ao menos 270 pessoas e deixou outras onze desaparecidas.


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