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Estado de Minas EDUCAÇÃO

Pais cobram definição sobre a volta à escola em Belo Horizonte

Pais, professores e médicos pedem volta às salas de aula em fevereiro. PBH analisa se vai rever norma que atrela decisão à taxa de transmissão da COVID-19


12/12/2020 04:00 - atualizado 12/12/2020 07:03

Estudantes em escola pública em Belo Horizonte: aulas presenciais estão suspensas na capital mineira desde o início da pandemia(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press %u2013 31/8/18)
Estudantes em escola pública em Belo Horizonte: aulas presenciais estão suspensas na capital mineira desde o início da pandemia (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press %u2013 31/8/18)
Depois de quase nove meses sem aulas presenciais, os pais querem, mais do que nunca, resposta para a dúvida que nunca deixou de existir desde março, quando as escolas tiveram de fechar as portas por causa da pandemia do novo coronavírus: quando as salas receberão novamente seus alunos?.

Um grupo de pais, educadores e médicos fez, nessa sexta-feira (11/12), a pergunta diretamente ao comitê que orienta as decisões na capital, durante reunião com o comitê de enfrentamento à COVID-19, e cobrou resposta ainda este ano. A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) avalia a questão. Mas, de acordo com a administração municipal, um posicionamento não parece estar tão próximo quanto reivindicado.

A iniciativa é do movimento Pró-Educação, que na semana passada espalhou outdoors pela cidade cobrando da Prefeitura: “Por que as crianças não são prioridade?”. Do lado do comitê estavam infectologistas, secretários e outros representantes do poder público.

“A reunião foi produtiva. Ouvimos do comitê que compreendem a necessidade de flexibilização da escola, que algo seja feito. E, o que era muito importante para nós, tivemos a confirmação de que todas as escolas públicas estão preparadas”, afirma a advogada Luciana Dadalto, de 36 anos, mãe de um menino de 5, aluno do 1º período.

Segundo ela, de acordo com o comitê, o problema hoje para a retomada das aulas presenciais não é de estrutura, mas a taxa de contaminação. “O nosso discurso foi de que a taxa que a prefeitura usa é um índice que o CDC americano (Centro de Controle e Prevenção de Doenças, na sigla em inglês) não usa mais, entendendo que a essa altura a escola com protocolo de higiene bem definido é o lugar mais seguro para as crianças. Não há índice para reabrir escolas e isso deve ser prioridade”, afirma.

“Queremos os estabelecimentos de ensino abertos em 1º de fevereiro de 2021 e que, ainda em 2020, a PBH nos dê esse retorno. Se não topar essa data, que defina uma outra, porque com data as pessoas conseguem se organizar.”

Para Luciana, pessoas atualmente contrárias à reabertura o estão “por medo, embasado no desconhecimento”. Por isso, a defesa do movimento para um retorno facultativo para pais que querem e podem enviar seus filhos à escola, preservando famílias e profissionais que são do grupo de risco ou que vivem com alguém nessa situação.

“Pela primeira vez fomos ouvidos. Estamos agora aguardando resposta da prefeitura para definir os próximos passos do movimento, sabendo que não vamos parar. Queremos a reabertura de forma consciente, facultativa e responsável. E que seja encarada como prioridade pela política pública”, destaca.

Sem prazo de retorno


Por meio de nota, a assessoria de imprensa da PBH informou que os médicos do comitê presentes na reunião ficaram de estudar a solicitação de flexibilização do protocolo apresentado pelo município que diz que as aulas serão liberadas somente depois de a cidade atingir a taxa de incidência de 20 casos por 100 mil habitantes a cada 14 dias. Mas que não há prazo para encaminhamento de retorno.

O movimento insiste. “Queremos protocolo para volta. Não dá mais para esperar. Se for preciso, que se reveja o plano de reabertura da cidade e invertam as  prioridades. As crianças já deram 10 meses de vida para a sociedade e agora é a hora de a sociedade ceder alguma coisa para as crianças voltarem para a escola”, afirma Luciana.

Enquanto isso, pediatras pedem atenção no Natal


Pediatras de BH lançaram ontem, em carta aberta à população, a campanha Fique em casa e ajude uma criança a voltar para a escola!, com apoio de pais e professores. O texto chama a atenção para os sentimentos de solidariedade, colaboração e empatia, típicos do período natalino e, na contramão, o recrudescimento dos casos de COVID-19 em nível nacional. “Parece que, para alguns, o Natal de 2020 será marcado pelo clima de 'já passou a pandemia’. Se continuarmos assim, menos esperanças poderemos ter de que as crianças retornem para as escolas”, diz o texto. O grupo afirma ainda que empatia é o melhor presente que se pode dar neste Natal. “Empatia, para que o compromisso da sociedade se faça em evitar a exposição desnecessária, para que as crianças possam ter a oportunidade de ser tratadas com prioridade.”


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