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Estado de Minas Fé e patrimônio

Festejada no sábado, padroeira de BH tem história que poucos conhecem

Nossa Senhora da Boa Viagem chegou ao antigo arraial há mais de 300 anos, e em torno dela começou povoamento onde mais tarde se ergueria a capital


14/08/2020 06:00 - atualizado 14/08/2020 11:37

Seminarista prepara o andor com imagem da protetora da capital, em homenagem à qual haverá cortejo das 8h ao meio-dia de amanhã (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)
Seminarista prepara o andor com imagem da protetora da capital, em homenagem à qual haverá cortejo das 8h ao meio-dia de amanhã (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)

 

Amanhã, feriado em Belo Horizonte, será dia de comemoração para moradores da cidade, mas com o necessário distanciamento social. No Dia da Assunção de Nossa Senhora e da padroeira da capital, Nossa Senhora da Boa Viagem, haverá cortejo – Caminhada com Maria em tempo de pandemia – das 8h ao meio-dia, com visita a paróquias e encerramento no entorno do Santuário Arquidiocesano da Adoração Perpétua (Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem), na Região Centro-Sul. Época para celebrar também uma história mais antiga que a própria capital, e que muita gente não conhece.

 

No santuário de Belo Horizonte, às 8h, haverá bênção, e à tarde (17h), momento de oração, com transmissão pelas redes sociais, seguindo-se missa celebrada pelo bispo auxiliar da capital, dom Geovane Luís da Silva. Na tarde de ontem, equipe de seminaristas dava os últimos retoques no andor para a imagem da padroeira, que come- çou a ser preparado na véspera.

 

Já no Santuário Nossa Senhora da Piedade, em Caeté, na Grande BH, o arcebispo metropolitano e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, dom Walmor Oliveira de Azevedo, vai celebrar missa às 15h, com transmissão pelos meios de comunicação católicos. Antes, às 14h30, está prevista oração do terço.

 

Tradicionalmente, em 15 de agosto, a Serra da Piedade recebe peregrinação de jovens, com multidão chegando em caravanas de várias cidades mineiras. Desta vez, com as medidas do isolamento social, haverá atividades no modo virtual. Uma delas está marcada para amanhã, às 10h30.

 

Três séculos de tradição

 

Inaugurada em 1922 como monumento ao centenário da independência do Brasil, a Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem tem uma história que vai muito além de seu quase um século de história. O reitor e pároco do santuário, padre Marcelo Silva, diz que “é preciso lembrar que a história da capital surgiu com a imagem que estava na capela original, em torno da qual nasceu o arraial, formou-se a vila e cresceu a capital. São mais de 300 anos”.

 

Para entender melhor toda essa história, é preciso voltar no tempo, mais precisamente ao século 18. Em 1709, o português Francisco Homem del Rey conseguiu autorização da Coroa portuguesa, por meio de cartas de sesmarias, e se estabeleceu na região onde hoje se encontra Belo Horizonte. Segundo estudos históricos, ele trouxe uma imagem da padroeira dos navegantes portugueses, Nossa Senhora da Boa Viagem, que o acompanhou na travessia do Oceano Atlântico.

 

Para homenageá-la e proteger a imagem, Francisco ergueu em suas terras uma pequena capela de pau a pique. Como estava na rota dos tropeiros que passavam pela região transportando riquezas do interior do país, a igrejinha recebeu o nome de Nossa Senhora da Boa Viagem e passou a ser conhecida também como a padroeira dos viajantes.

 

Com o passar dos anos e a enorme devoção dos fiéis, a capelinha ficou pequena para receber tanta gente e em seu lugar foi construída uma igreja maior. Mas, com a construção da capital, foi necessário erguer um novo templo – o atual Santuário Arquidiocesano de Adoração Perpétua Nossa Senhora da Boa Viagem.

 

Em 1932, o título de padroeira da capital mineira foi oficializado pelo papa Pio XII, a pedido do cardeal dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Mota. 


Noite do abraço

 

Como forma de homenagear os mais de 100 mil mortos pela COVID-19, pessoas em recuperação e os trabalhadores da saúde, a Igreja Boa Viagem promove hoje, às 19h30, a Noite do abraço. Trata-se de um concerto (live) com piano de cauda, harpa, flauta doce e uma solista, além de poesias, escritas durante a pandemia, declamadas pelo reitor do santuário, padre Marcelo Silva. 


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