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Estado de Minas

A Cidade Luz perdeu o brilho


postado em 05/07/2020 04:00

monumentos fechado e menos gente nas ruas, a poluição diminuiu enquanto o medo pairava no ar Deserto no Museu do Louvre, em Paris: com acesso a vários (foto: THOMAS SAMSON/AFP)
monumentos fechado e menos gente nas ruas, a poluição diminuiu enquanto o medo pairava no ar Deserto no Museu do Louvre, em Paris: com acesso a vários (foto: THOMAS SAMSON/AFP)

Uma Paris sem turista, com Torre Eiffel, Museu do Louvre e tantos outros monumentos fechados. O ar ficou mais puro, segundo as medições das autoridades locais. O transporte público foi reservado a trabalhadores essenciais, quem ia ao médico e alguns outros casos especiais. Champs Élysées sem carros. “Foi interessante, inédito e melancólico ver Paris deserta e silenciosa. Uma cidade que é habitualmente cheia e agitada. Mas, para mim, a ficha da dimensão do confinamento só caiu há 10 dias, quando a cidade voltou a funcionar de forma mais plena”, afirma o belo-horizontino Rodrigo Lavalle, de 48 anos, do blog Conexão Paris, especializado nessa cidade e na França.
 
Na Cidade Luz privada de seu movimento habitual, ele experimentou mudanças na rotina e no trabalho, mesmo que antes do confinamento ele já passasse muito tempo em casa trabalhando. De duas a três vezes por semana, saía parte do dia para visitar museu, exposição ou evento e criar conteúdo para as redes sociais do blog. Com o confinamento, o trabalho passou a se concentrar na cultura e na sociedade francesas de forma geral.
 
“No começo do confinamento, o medo tomou conta e eu só saía de casa uma vez por semana para ir ao supermercado da esquina. À medida que o tempo foi passando, resolvi aproveitar a uma hora diária permitida pelo governo não só para espairecer e esticar as pernas, mas também para criar conteúdo para o Instagram do Conexão Paris. A internet ajudou bastante a não me sentir isolado. O contato com os amigos ficou até mais frequente nesse período”, relata.
 
Em Lisboa desde janeiro, o pesquisador Rudney Avelino de Castro, de 33, conta que saía para comprar comida com máscara e guardando a distância exigida de 2 metros entre cada pessoa. “O limite existe até hoje. Os transportes públicos nunca estão cheios e o número de trens foi duplicado para que o distanciamento possa ser respeitado”, afirma. “Como cheguei em janeiro, ainda não estava num ritmo de trabalho e amizades, o que me permitiu não sentir muito o isolamento. Estava liberada a caminhada perto de casa e em feriados prolongados não se podia sair nem do bairro. Mas as pessoas não saíam, porque estavam com medo”, conta o mineiro de Paracatu, no Noroeste do estado.
 
Para ele, é preciso agora construir novos sentidos. “A COVID-19 veio como uma pausa no tempo, nos planos. Acredito que o grande exercício foi o da resiliência, do controle da ansiedade em dar novos passos. Mas, ao mesmo tempo, tivemos segurança com as políticas adotadas pelo governo. Ficou em mim a experiência de que a pandemia é um desafio que deve ser enfrentado por todos e não um caos sistêmico.”
 
OPORTUNIDADE Na Irlanda, a reabertura total do país, feita em quatro fases, começou na semana passada. Os deslocamentos foram permitidos a distâncias de dois, cinco e 29 quilômetros nas três primeiras fases e, a partir da última segunda-feira, o comércio de todos os tipos reabriu, com respeito aos limites de distanciamento social e de lotação. Escolas permanecem sem previsão de volta. Diante de tantas mudanças, boa notícia para o paulista Felipe Nunes, de 28, há três anos e meio na capital, Dublin. Em meio ao lockdown, ele conseguiu um emprego em sua área, como assistente financeiro.
 
Morando num apartamento-estúdio em Dublin, que divide com uma colega, os momentos em que precisou se manter trabalhando na ocupação anterior foram os mais difíceis, segundo Felipe. “Nós dois somos grupos de risco. Ela começou a fazer home office antes da primeira fase. Eu continuava trabalhando, estava me expondo e podia trazer algo comigo, na roupa e mãos”, diz. Para ele, o auxílio financeiro do governo foi fundamental para conter o avanço do coronavírus.
 
“Foi bem generoso e rápido. O que mais conteve a disseminação do vírus foi o fato de as pessoas não terem necessidade de trabalhar durante algum tempo, porque eram asseguradas por essa quantia. O serviço de saúde da Irlanda não comporta sua população. O governo tinha consciência de que não conseguiria suportar grande número de infectados”, afirma. Trabalho novo e também de casa nova, o assistente financeiro ainda não conseguiu conceber a nova normalidade: “Eu me habituei tanto às regras do lockdown que mudei a chave. Acho estranho agora as pessoas saírem de casa. Tenho receio de voltar à vida normal, pois foi tudo bem complicado.”





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