Jornal Estado de Minas

FLEXIBILIZAÇÃO

Kalil decide não ampliar o funcionamento do comércio em BH pela 2a vez seguida



O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), optou por não dar prosseguimento à reabertura do comércio em Belo Horizonte. É a segunda semana consecutiva que o chefe do Executivo municipal decide manter a retomada da economia na capital na Fase 2, em que garante o funcionamento de 92% dos empregos.


"A notícia que todos querem de início é que nós continuaremos como estamos. Não haverá fechamento. Não haverá abertura", resumiu o prefeito.


Desde que a prefeitura liberou o funcionamento de serviços não essenciais, em 25 de maio, Belo Horizonte viu a taxa de ocupação das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) dar um salto. O número passou de 40% para 74%. Além disso, a demanda por leitos clínicos para pacientes com coronavírus também aumentou de 34% para 62%.

A capital mineira também registrou um aumento considerável no número de casos e mortes por COVID-19. Entre março, quando o primeiro caso de coronavírus foi detectado, e 24 de maio, véspera da reabertura dos primeiros estabelecimentos comerciais não-essenciais, Belo Horizonte tinha registrado 42 óbitos. Nos 26 dias pós-flexibilização, foram mais 48 vítimas, indo para um total de 90 até esta sexta, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG). Na época pré-reabertura, eram 1.434 pacientes infectados. Atualmente são 3.789, de acordo com a pasta estadual.

A prefeitura distinguiu a reabertura do comércio em Belo Horizonte em seis fases (veja todas no fim da reportagem). No dia 18 de março, Kalil publicou um decreto autorizando apenas o funcionamento de comércios essenciais, como supermercados, farmácias, entre outros. Já no dia 25 de maio, salões de beleza (exceto clínicas de estética), shoppings populares e comércios varejistas puderam reabrir as portas. A fase mais recente da retomada da economia em BH foi aplicada no dia 8 de junho, quando foi iniciado o retorno de 91,9% dos empregos.


Na semana passada, Kalil decidiu manter a retomada da economia em Belo Horizonte na Fase 2, por causa do aumento no número de pacientes infectados na capital.

Quem auxilia Kalil nas tomadas de decisão sobre a reabertura do comércio é o Comitê de Enfrentamento da COVID-19, que conta com três epidemiologistas e o secretário municipal de Saúde, Jackson Machado Pinto.

Fases de reabertura

A prefeitura distinguiu os possíveis níveis de abertura do comércio em seis etapas. As quatro últimas se referem a cenários em que o estabelecimentos considerados não essenciais podem funcionar:
 
  • Lockdown: nível máximo de fechamento, cogitado caso haja piora expressiva nos indicadores epidemiológicos de BH;
  • Fase 0: cenário implementado em 18 de março, em que apenas comércios essenciais podiam funcionar;
  • Fase 1: cenário implementado em 25 de maio, com reabertura de salões de beleza (exceto clínicas de estética), shoppings populares e comércios varejistas;
  • Fase 2: cenário que se iniciou em 8 de junho;
  • Fase 3: cenário com maior abertura que a etapa anterior. Será implementado caso os índices epidemiológicos e estruturais sejam favoráveis;
  • Fase 4: cenário de reabertura máxima do comércio, que só será implementado caso os índices epidemiológicos e estruturais sejam favoráveis.