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Estado de Minas COVID-19

Coronavírus: Igreja prepara plano para proteger fiéis na festa de São José

Paróquia de BH estuda oferecer mais missas e até pedir apoio do Exército para evitar aglomeração na celebração de seus 120 anos e do dia dedicado ao santo


postado em 14/03/2020 04:00 / atualizado em 14/03/2020 10:27

Fiéis no interior da Igreja São José, que prepara celebração do padroeiro e de 120 anos da paróquia no dia 19: ordem é evitar contato físico nas missas(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Fiéis no interior da Igreja São José, que prepara celebração do padroeiro e de 120 anos da paróquia no dia 19: ordem é evitar contato físico nas missas (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)


A cinco dias da festa comemorativa dos 120 anos da Paróquia São José e do padroeiro, no Centro de Belo Horizonte, os padres redentoristas responsáveis pelo templo tomam providências para evitar a contaminação dos fiéis pelo novo coronavírus. Diante da expectativa de uma multidão estimada em 50 mil pessoas na tradicional celebração de 19 de março – só no ano passado cerca de 40 mil pessoas comungaram –, o pároco José Cláudio Teixeira e demais religiosos estudam medidas para evitar aglomeração. Entre elas, aumentar o número de missas, fazer celebração campal e até recorrer ao apoio do Exército para ajudar na organização dos fiéis durante os cultos.

Ontem, o arcebispo metropolitano de BH e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo, divulgou vídeo em que fala da preocupação da Igreja em orientar os fiéis, destaca o receio quanto aos mais vulneráveis, idosos e doentes, para as quais pede especial atenção, e reiterou os cuidados tanto nas celebrações litúrgicas quanto no cotidiano (casa, trabalho e escolas). “A população está apreensiva com a pandemia e é importante não alimentar o pânico”, disse dom Walmor. Ele lembrou que a Arquidiocese de BH e outras do mundo estão adotando medidas para evitar a contaminação.



Em Belo Horizonte, as medidas são para evitar o contato físico durante as missas e demais eventos religiosos, como procissões. Dessa forma, os fiéis não devem dar o “abraço fraterno”, não unir as mãos na hora de rezar o Pai Nosso e, em vez de receber a hóstia na boca, colocá-la na palma da mão.

A medida foi tomada pela Arquidiocese de BH, que reúne fiéis de 28 municípios, em 26 de fevereiro, quando houve comprovação de um caso de COVID-19 em São Paulo, o primeiro no país. Conforme o boletim epidemiológico divulgado, ontem, pela Secretaria de Estado da Saúde, Minas tem dois casos comprovados da doença (em Divinópolis, na Região Centro-Oeste, e Ipatinga, no Vale do Aço) e 307 suspeitos.

NÃO AO VÍRUS Recém-chegado de Roraima, dom Walmor reafirmou, ontem, a nota divulgada em 26 de fevereiro, ressaltando que a vida humana é o mais importante. O documento diz o seguinte: "A Arquidiocese de Belo Horizonte, em comunhão com a Igreja em todo o mundo, está sempre comprometida com a defesa da vida, com o bem-estar de cada pessoa. A vida é dom de Deus, precioso, e por isso mesmo deve ser preservada e promovida, em todas as suas etapas, da fecundação ao declínio, com a morte natural. Por isso mesmo, a Igreja une-se aos que hoje buscam combater a disseminação do coronavírus, uma ameaça à saúde, principalmente dos idosos e enfermos".

E mais: "Nossa orientação ao povo de Deus é que, durante as missas, em vez do abraço da paz, busquem fortalecer ainda mais o sincero sentimento de bem-querer em relação ao próximo. Na oração do Pai Nosso, no lugar de unir as mãos, seja cultivado com mais intensidade o compromisso com a fraterna comunhão. Aos nossos irmãos sacerdotes, pedimos que orientem os fiéis a receberem a Sagrada Eucaristia nas mãos, acolhendo Cristo enquanto se reza pelo irmão enfermo".
Conforme a nota, "as ações simples, no contexto de nossas celebrações, são muito significativas neste momento em que precisamos nos unir para combater a proliferação do coronavírus. Deus muito nos abençoe nesta missão, com a intercessão materna de Nossa Senhora da Piedade – Padroeira de Minas Gerais".

ADVENTISTAS Como hoje há maior concentração – pois é o dia do culto principal dessa congregação que guarda o sábado, os membros das Igrejas Adventistas vão encontrar mudanças. Haverá álcool em gel disponível nas recepções nos templos e serão dadas orientações para a higienização das mãos. Quanto aos cumprimentos entre as pessoas, vão ser indicados outros meios em vez do aperto de mãos. Já os locais tocados por muitas pessoas (bebedouros, corrimões, maçanetas) recebem higienização. Para adventistas que apresentarem alguns sintomas de enfermidade, a igreja disponibiliza plataformas digitais para que assistam aos cultos online, de casa. Na Região Metropolitana de BH, há cerca de 22 mil adventistas que frequentam os cultos nos sábados pela manhã.


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