(none) || (none)
UAI

Continue lendo os seus conteúdos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/mês. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas BH é O MUNDO INTEIRO

Estrangeiros ganham as ruas da capital mineira, prontos para a folia

'Sempre volto', conta um deles


postado em 22/02/2020 07:45 / atualizado em 22/02/2020 09:16

Pela quinta vez no carnaval belo-horizontino, o parisiense Thibaut Bereziat exibe fantasia de chefe de cozinha, homenagem à gastronomia francesa(foto: Fotos: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Pela quinta vez no carnaval belo-horizontino, o parisiense Thibaut Bereziat exibe fantasia de chefe de cozinha, homenagem à gastronomia francesa (foto: Fotos: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Tem quem diga que as montanhas limitam Belo Horizonte, mas, no carnaval, essas margens são alargadas. Com o crescimento da festa na última década, a cidade se transforma numa Babel de sotaques, com turistas vindos de todo o mundo. O analista de dados Peter Jahn, de 34 anos, é um deles. Ele aponta a Alemanha em um quadro da decoração do BR Hostel, formado pelo nome de diversos países. Peter é um dos milhares de estrangeiros, que vieram festejar na cidade nos próximos dias. Com lotação máxima dos quartos, o hostel é um termômetro de que a capital mineira se tornou destino desejado durante a folia momesca. Somente lá estão hospedados turistas do Chile, França, Alemanha e Estados Unidos.

A Belotur ainda não tem números de turistas estrangeiros e de outros estados que vieram para a folia belo-horizontina em 2020. No ano passado, porém, o órgão fez o levantamento ao longo dos dias. Os pesquisadores identificaram que quase 40% dos foliões eram turistas, de outras cidades de Minas, outros estados e países. A pesquisa mostra que os blocos de rua são a grande atração e toda a cidade ganha com a vinda dos turistas: 90,7% vieram à cidade por lazer, com um gasto médio individual de R$ 179,58 por dia e R$ 718,32 em todo o período. Os turistas ainda assistem à apresentação dos blocos caricatos e escolas de samba (11,6%) e fazem visitas a museus e outros equipamentos culturais (7,6%). A avaliação dos visitantes é melhor do que a dos belo-horizontinos, respectivamente satisfação de 8,8 e 8,5.

Grande parte dos turistas esperados para o BR Hostel chegou ontem. É o caso de Peter Jahn. A procura para o BR Hostel foi enorme. Os pacotes para carnaval começaram a ser vendidos em novembro e, em 15 de dezembro, todos já haviam sido vendidos. “Desde então, recebo ligações de cinco a 10 pessoas por dia em busca de hospedagem”, informou o recepcionista Allan Augusto Reis de Lima, de 28. Ele lembra que, devido às chuvas de janeiro, foram feitos alguns cancelamentos, mas, como a procura é grande, as vagas foram ocupadas por outros turistas.

Ao lado do gerente do hostel onde está hospedado, o alemão Peter Jahn aponta o nome de seu país: %u201CEstou muito curioso para saber o que vai acontecer%u201D
Ao lado do gerente do hostel onde está hospedado, o alemão Peter Jahn aponta o nome de seu país: %u201CEstou muito curioso para saber o que vai acontecer%u201D

Pela primeira vez no Brasil e também em BH, Peter conta que ficou sabendo da cidade por meio de uma amiga brasileira que mora na Alemanha e o convidou. “Ela me disse: 'Você deveria vir no carnaval'.” Gostou da vizinhança na Savassi. “São muitas festas, com muitos restaurantes”, disse. Ele espera gastar o tempo com os amigos para ser apresentado à folia. “Estou muito animado. É uma festa muito colorida e as pessoas são muito felizes. Estou muito curioso para saber o que vai acontecer.”

Hospedado na casa de amigos, o funcionário público Thibaut Bereziat, de 38, que é parisiense e mora na Bélgica, veio pelo quinto ano consecutivo para a festa belo-horizontina. “O primeiro foi em 2015, quando começou a ficar uma festa. Muito legal. Aí voltei nos anos seguintes. Em 2020, é o meu quinto carnaval em BH. Sempre volto”, diz. Ele lembra que o carnaval do Rio de Janeiro é muito famoso entre os franceses. “Todo mundo conhece o carnaval de Salvador, o de BH a gente quase não conhece. A fama do Rio é das escolas de samba. A gente vai à Sapucaí e como estrangeiro nossa participação é mais passiva. É um espetáculo, um show maravilhoso, lindo, mas você fica sentado olhando.O carnaval de rua de BH é um carnaval de que você participa e isso foi algo que me interessou”, completou.

Thibaut soube da festa da capital mineira por meio de uma matéria de TV sobre os carnavais brasileiros. “O carnaval de Salvador é muito específico. Para um estrangeiro, a melhor opção é o carnaval de BH, mais acessível para quem é de fora.” Com ajuda de amigos brasileiros, ele preparou uma planilha com os blocos, respectivos horários e locais onde vão se apresentar. Para não perder nada e ficar a par de músicas, trajetos, ele também acompanha as postagens no Instagram. Como esteve em vários blocos, pretende, este ano, conhecer novos. “Ouvi do Bloco Fúnebre. Todo mundo fala muito bem, muito legal. Tem o Sexta Ninguém Sabe e o Então, Brilha!, o mais famoso e o melhor. Participei quando era um bloquinho mesmo na Rua Guaicurus, era um bloquinho muito pequeno. Agora é gigante. Tem o Alô Abacaxi, muito legal, e o Tchanzinho Zona Norte. É o Tchan! É a música da minha época”. Ele fica com o coração apertado na hora de fazer as escolhas. Muitos blocos saem no mesmo horário.

Thibaut preparou as fantasias para a folia. “Tem que ser criativo. Vejo as pessoas colocando muita energia, muita criatividade para fazer uma coisa diferente. Este ano vou sair fantasiado de chefe de cozinha e de Ratatouille”, conta. Thibaut brinca que pode ser uma fantasia clichê para um francês, já que seu país é conhecido mundialmente pela gastronomia, mas ele se diverte com a criação. “Vou brincar de Ratatouille. Como sou francês, posso fazer a brincadeira.Vou sair de alemão, uma fantasia que já testei e foi bem legal. E tenho um traje de francês: uma camiseta listrada e um boné. Vamos ver se a fantasia pega.”

Os intercambistas Brian (E), Chen, Jade, Gabriele e Linos experimentam o carnaval na Praça da Liberdade(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press )
Os intercambistas Brian (E), Chen, Jade, Gabriele e Linos experimentam o carnaval na Praça da Liberdade (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press )
Thibaut convidou o amigo francês Grégoire Legrand, de 34, que vem pela primeira vez ao Brasil. “Estou muito feliz de estar em Belo Horizonte. Senti uma energia diferente do Rio. As pessoas são muito amigáveis.” Ele ama a ideia do carnaval de poder ser outras pessoas, com a ajuda das fantasias, é uma maneira de curtir a vida.

INTERCAMBISTA NA FOLIA 

O alemão Linos, de 17 anos, a australiana Jade, de 15, o italiano Gabriele, de 17, e os tailandeses Chen, de 16, e Brian, de 16, escolheram a capital mineira para comemorar o carnaval. O primeiro bloco da vida dos foliões foi o Walking Samba, que tem seu cortejo na Praça da Liberdade, cartão-postal de Belo Horizonte. “Estamos fazendo intercâmbio no Brasil. Carnaval é uma coisa muito diferente e estamos gostando muito”, afirmou Linos.

O grupo se conheceu na cidade e pretende passar o carnaval nos bloquinhos de rua. “A gente não se conhecia. Foi virando amigo por culpa do intercâmbio”, conta Gabriele. “Está sendo muito legal, as pessoas são divertidas e é tudo muito diferente”, diz.

*Estagiária sob supervisão da subeditora Rachel Botelho








receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)