
Com enxadas, pás e cavadeiras, covas foram abertas por pessoas dos bairros vizinhos para receber as árvores plantadas para compor a agrofloresta da Região Oeste de BH. Foram plantados ipê, acerola, laranja-lima, laranja-seleta, limão-taiti, limão-cravo, mexericas poncã e rio, goiaba vermelha, jabuticaba, banana, biribá, atemoia, figo, manga, abacate e caju. A atividade faz parte de uma das várias oficinas educativas e ambientais que estão sendo realizadas no local com os moradores. O empreendimento é uma parceria da SLU, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e da Secretaria de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania, por meio da Subsecretaria de Segurança Alimentar e Nutricional. Com a iniciativa, a comunidade pode ocupar a área onde funcionava a estação de reciclagem de entulho da SLU e a reincorporar.
A recuperação do terreno foi iniciada em 2018 pela PBH, com o objetivo de transformar o local em um novo espaço de convivência para a comunidade. Desde então, está sendo implantando um centro de promoção à agroecologia, agricultura urbana e educação ambiental para limpeza urbana. Antes de abrigar o projeto de sustentabilidade, a área onde funcionava a estação sofria com grande degradação ambiental e social. As erosões se espalhavam pelo terreno e o espaço baldio servia de refúgio para marginais e usuários de entorpecentes, o que trazia insegurança e incomodava os moradores da vizinhança.
A previsão é que o Cemar seja inaugurado em 2020. A recuperação do terreno já foi feita pela prefeitura, com a contenção da erosão e a limpeza das canaletas de drenagem. A pista de caminhada também já está pronta. Depois de inaugurado, o local terá estufa, viveiro de mudas e plantas medicinais, horta comunitária, pista de caminhada e sistemas de agroflorestas. Além disso, serão produzidos alimentos, sementes e insumos que poderão ser usados em outras hortas da cidade.
Toda a produção e as oficinas educativas terão como premissa o ciclo do resíduo orgânico, desde o plantio do alimento até a destinação do lixo gerado. Estão previstos o ensino de compostagem para que os restos dos alimentos sejam transformados em composto orgânico, que pode ser usado como adubo. A ideia é que qualquer pessoa pode produzir esse material no próprio domicílio, em pequenos espaços.
Oficinas sobre hortas suspensas, hortas verticais e plantio de mudas em pequenos espaços são outros exemplos de atividades que serão ofertadas. Outra atração será o jardim sensorial, formado por plantas com características que despertam outros sentidos além do paladar, como o tato e o olfato. O jardim tem uma proposta inclusiva, com os canteiros mais altos, para facilitar o acesso aos cadeirantes. O centro abrigará também um projeto educativo, focado nas boas práticas relacionadas à alimentação e aos resíduos orgânicos.Mat
