Dados de boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (SES) divulgado ontem mostram forte elevação dos diagnósticos positivos de sarampo no território mineiro. Em apenas uma semana, o número de casos confirmados em Minas Gerais cresceu 45%, saindo de 51 para 74 diagnósticos positivos, contabilizados desde o início deste ano.
Situação que pode ser ainda pior, já que há 460 outros casos sendo analisados pela pasta. Só na última semana foram 115 novas notificações, já que no relatório divulgado na semana passada eram 368 casos em investigação.
Os dados da Secretaria mostram também que já são 229 municípios com casos notificados da doença. Ou seja, mais de 26% do território mineiro. Em setembro, o estado tinha apenas 13 casos confirmados, sendo quatro registrados no primeiro semestre. De lá, para cá, o número diagnósticos é quase quatro vezes maior.
Uberlândia é a cidade com o maior número de casos confirmados, segundo a SES. Ao todo, foram 20 pessoas diagnosticadas com a doença. A capital mineira vem logo em seguida com 18 casos confirmados. Seguido por Juiz de Fora, na Zona da Mata, e Ribeirão das Neves, na Grande BH, com cinco.
A preocupação maior é com o surgimento de casos autóctones – quando a transmissão ocorre dentro do território – o que não acontecia havia 20 anos. Ao menos quatro casos transmitidos dentro do estado foram identificados, em Betim e Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e Unaí, na Região Noroeste. O que indica que o vírus circula dentro do território mineiro.
A forma mais eficaz de se proteger da doença é por meio da vacinação. Doses estão disponíveis, gratuitamente, em todas as unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). A campanha está em andamento tendo como prioridade a imunização de crianças de seis meses a até 4 anos, 11 meses e 29 dias.
Com movimento fraco nos centros de saúde no último sábado, primeira fase do dia D de vacinação contra o sarampo, no dia 19, ficou para o mês que vem a expectativa de unidades lotadas. Isso porque a segunda etapa, que começará em 18 de novembro, vai ter como alvo o público de 20 a 29 anos, cuja cobertura vacinal está na casa dos 50%. Apesar de o percentual de crianças – público-alvo no momento – imunizadas ser maior, também está abaixo da meta preconizada no país.
Paciente morre e médico é detido
Um médico de 51 anos foi preso ontem por homicídio por omissão, em Contagem, na Grande BH, após a morte de um paciente de 72 anos. O profissional é suspeito de ter recusado atendimento a um idoso na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Ressaca. À Polícia Militar, ele alegou que o local não tinha condições de receber pacientes em estado grave e que o homem precisava ser transferido. O caso ocorreu pouco antes das 22h de terça-feira. Enfermeiros de uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) contaram à PM que socorreram o paciente em casa, no Bairro Novo Progresso, com um quadro de insuficiência respiratória, em estado crítico. Chegando à UPA Ressaca, eles passaram pelo acolhimento e o idoso foi classificado como grave. Mas, os socorristas afirmaram aos policiais que o médico plantonista não quis prestar atendimento e nem sequer levantou da cadeira para olhar o paciente. Ele teria se limitado a dizer que a UPA estava cheia e sem leitos. O paciente piorou e, de acordo com a Polícia Militar, foi levado ao Hospital Municipal de Contagem (HMC), mas morreu antes de dar entrada. O secretário Municipal de Saúde de Contagem, Cléber de Faria Silva, disse que a UPA Ressaca está em condições de atender os pacientes e que a prefeitura investigará o caso.