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Por que sarampo e dengue derrubaram os estoques de sangue e como você pode ajudar

Sob impacto de centenas de milhares de casos de dengue e da volta do sarampo como há 20 anos não se via, estado sofre queda na disponibilidade de doadores e faz apelo por recuperação


postado em 11/09/2019 06:00 / atualizado em 11/09/2019 07:32

Cadeiras vazias preocupam: hemocentro que cobre 95% do estado quer levar mais doadores a colaborar(foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press)
Cadeiras vazias preocupam: hemocentro que cobre 95% do estado quer levar mais doadores a colaborar (foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press)


Uma combinação por si só desafiadora para a saúde pública vem provocando um efeito colateral preocupante nos bancos de sangue da Fundação Hemominas, responsável por 95% dos serviços de hemoterapia em território mineiro. Ainda sentindo os impactos devastadores de uma das maiores epidemias de dengue da última década, com 414,6 mil casos prováveis, e enfrentando a volta do sarampo, com 13 casos já confirmados, o maior número em 20 anos, o estado sofre com a queda nos estoques de sangue, reduzidos à metade, situação em parte atribuída às limitações à doação impostas pelas duas doenças.

No caso da dengue, a influência é dupla: ao mesmo tempo em que o tratamento aumenta a demanda por transfusões, pessoas contaminadas ou com suspeita da virose têm contraindicação para doar. No caso do sarampo, a relação se deve ao fato de a vacinação alterar a imunidade do indivíduo. Por isso, quem se vacina precisa aguardar quatro semanas para que esteja apto a doar. Ao receber a dose que imuniza contra a doença, o paciente é exposto a uma carga de vírus atenuada. “O corpo reage, podendo alterar os exames e comprometendo o sangue para o receptor. O doador precisa estar em condições ideais”, afirmou a gerente de Captação e Cadastro de Doadores da Fundação Hemominas, Viviane Guerra.

A Fundação Hemominas responde atualmente pela oferta de sangue e hemoderivados a 95% das instituições do estado, públicas e filantrópicas, além de algumas particulares. Para manter o estoque em nível adequado são necessários 1,2 mil doadores por dia. Atualmente, a doação caiu até 50%, dependendo do tipo sanguíneo.

Grande parte dessa retração pode ser explicada pela epidemia de dengue. No caso da forma clássica da doença, o paciente fica impedido de doar sangue enquanto persistem os sintomas, e quatro semanas depois do tratamento. Quem teve o tipo hemorrágico fica até seis meses impedido de doar.

Para o sarampo, caso seja diagnosticado com a doença o paciente deve aguardar 21 dias após a cura para se candidatar à doação de sangue. Já a vacinação impede a doação por quatro semanas. Por isso, uma das recomendações da Hemominas é de que candidatos a doador procurem a fundação antes de se imunizar.

Luciano Gonçalves Rodrigues, analista de sistemas e doador: 'Não tenho contato com quem vai receber, mas fico feliz em saber que meu sangue ajuda muita gente'(foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press)
Luciano Gonçalves Rodrigues, analista de sistemas e doador: 'Não tenho contato com quem vai receber, mas fico feliz em saber que meu sangue ajuda muita gente' (foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press)


Diante do quadro preocupante, a Hemominas vem promovendo a campanha “Força-tarefa grupo O”, que vai até sábado. Em caráter emergencial, a campanha visa a reverter a situação preocupante nos estoques desse grupo sanguíneo, principalmente o fator Rh negativo. “Fica o apelo para que as pessoas respondam à nossa força-tarefa. Precisamos repor com urgência os estoques. A situação está complicada. Todos os dias temos pacientes aguardando”, afirma.

Mais fatores complicadores


A quarentena associada ao avanço do sarampo e da dengue agrava um quadro que no final do inverno usualmente já é preocupante. Nos meses de agosto e setembro, a queda nas doações é prevista, por ser período em que aumentam as doenças respiratórias. “É um comportamento sazonal. Enfrentamos baixas temperaturas e baixa umidade, que levam ao comprometimento respiratório, fazendo com que a pessoa fique impedida”, informa Viviane Guerra.

A fundação identificou queda de 50% nas doações do tipo O negativo e 30% no O positivo. Esse quadro é preocupante, por ser esse o grupo mais usado em cirurgias de emergência. Pessoas com tipo O negativo são consideradas doadoras universais, sendo possível fazer a transfusão para todos os tipos sanguíneos (O, A, B  e AB, tanto positivos quanto negativos). “O tipo O negativo é o mais usado para emergências. No entanto, apenas 5% da população têm esse tipo sanguíneo”, diz.

“Esses dois grupos (O+ e O-) atendem à maior parte das emergências dos hospitais. Não podemos deixar a queda se prolongar. Então, estamos conclamando a população a doar”, reforçou a gerente da Hemominas. Doadores com o tipo O têm inclusive atendimento preferencial.

Por pertencer a esse grupo e ter cadastro na Hemominas, o analista de sistemas Luciano Gonçalves Rodrigues, de 25 anos, foi chamado pela fundação para doar. “No ano passado, senti a necessidade de doar, e fui. Este ano tinha esquecido, mas me ligaram e disseram que estavam precisando”, contou. Apesar da vida corrida, Luciano avalia que vale a parada na rotina para fazer a boa ação.  “Eu me sinto bem. Não tenho contato com quem vai receber, mas fico feliz em saber que meu sangue ajuda muita gente”, disse. E ainda deixou o recado para os não-doadores: “Não precisa ter medo, é um procedimento muito bem feito. Todos são bem tratados e ainda têm certeza de fazer o bem ao próximo”.

Postos de coleta


Em todo o estado são 20 postos de coleta. Em Belo Horizonte, a unidade fica na Alameda Ezequiel Dias, no Bairro Santa Efigênia, na Região Leste. Para doar, a pessoa deve estar com boa saúde e precisa ter idade entre 16 e 69 anos. Jovens de até 17 anos precisam ser acompanhados do responsável legal ou portar autorização. Também é preciso que a pessoa tenha mais de 50 quilos.

A doação não pode ser feita em jejum. Quem vai doar pela manhã deve tomar café normalmente. Quem vai doar à tarde deve fazê-lo três horas depois do almoço. “A alimentação do almoço é mais gordurosa e interfere nos exames”, acrescenta Viviane Guerra. A doação pode ser agendada no site  www.hemominas.mg.gov.br. (Colaborou Déborah Lima, estagiária sob supervisão do editor Roney Garcia)

Efeito colateral


Como a dengue e o sarampo exercem impacto sobre os estoques de sangue

Dengue
» Aumenta a demanda por sangue e hemoderivados, reduzindo o volume armazenado
» Pacientes com a forma clássica não podem doar até 30 dias depois de superados os sintomas
» Pacientes com a forma hemorrágica ficam impedidos de doar por seis meses após a cura

Sarampo
» Pacientes com suspeita ou confirmação da doença não podem doar. Quem é diagnosticado só pode fazer a doação 21 dias após a cura
» Pessoas que são vacinadas ficam impedidas de doar por quatro semanas. Por isso, a Fundação Hemominas recomenda que candidatos façam a doação antes de se imunizar

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)


Como doar


» A idade para doação de sangue é entre 16 e 69 anos. Jovens de até 17 anos e maiores de 60 anos devem consultar condições especiais em www.hemominas.mg.gov.br.

» O agendamento pode ser feito on-line, pelo site ou pelo MG app, aplicativo para smartphones que dá a diversos serviços públicos estaduais

» Quem já doou deve observar prazos até a doação seguinte. Homens: 60 dias e até quatro vezes por ano; mulheres: 90 dias e até três vezes por ano.

» É preciso comparecer à unidade com, no mínimo, 15 minutos de antecedência em relação ao horário agendado

Fonte: Fundação Hemominas


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