A esquina das avenidas Cristóvão Colombo e Getúlio Vargas recebeu nove restaurantes de todas as regiões do Estado e também um Memorial dedicado a Dona Lucinha (1933-2019), embaixadora da culinária mineira. Pratos tradicionais como o arroz com pequi (Cantina do Léo), arroz d'Angola (Restaurante Tragaluz)e doces como o de abóbora com coco (Doces da Roça) puderam ser degustados neste domingo.
Considerada um dos nomes mais importantes para a valorização da gastronomia mineira, Dona Lucinha foi lembrada no memorial e também no prêmio concedido ao melhor prato eleito pelo júri popular. O prato vencedor com o prêmio Dona Lucinha foi o arroz dÁngola, criação do chef Fred Trindade. O prato é preparado com galinha de angola e tomatinhos.
As amigas Tayana Tambasco, de 46 anos, Daniele Carneiro, de 37, e Sandra Santtos, de 42, depois de saborear vinho tinto de produtor mineiro, aprovaram a proposta de trazer para o coração da Savassi o melhor da gastronomia do estado. "É um vinho gostoso, muito agradável e é daqui de Minas", destacou Daniele. A turma de amigas chegou no início da tarde, por volta das 13h, e depois de quatro horas na festa, ainda não tinham planos de ir para casa. "Comida muito boa. A organização está ótima", elogiou Sandra. O trio destacou o arroz d'Angola.
Muita gente também se espantou com o tamanho do doce de abóbora e coco. Com mais de 100 quilos. a barra gigante chamava atenção de quem chegava ao estande do Mercado Central. Produzido em Poços de Caldas, o doce entrou duas vezes para Guinness Books, o livro dos recordes, como o maior doce do gênero no mundo. "Nesse doce de 100 quilos temos cinco camadas. Cada uma preparada em um dia", afirma o produtor Gláucio Peron.
Ele lembra que o doce que entrou para o Guinness é seis vezes maior, pesando 633 quilos. "As pessoas têm muita preocupação com a saúde. É um doce light com apenas 18% de açúcar", garante. Também foi preparado, ao vivo, goiabada no tacho de cobre, feita pela Dona Chica de Moema com a ajuda de alunos do curso de gastronomia do Centro Universitário Una.
A chef e historiadora Márcia Nunes ressaltou o ineditismo do evento que homenageou sua mãe. "É o primeiro evento nesse formato, que coloca a mais mineira das músicas no coração da Savassi, e transforma as avenidas nas regiões de Minas. Pega o estado de cabo a rabo. É uma concepção única e extraordinária", afirmou. Durante o evento, foi feito o lançamento do livro História da Arte da Cozinha Mineira por Dona Lucinha, de Márcia Nunes e Maria Lúcia Nunes.
PEQUI Amado e odiado, o pequi não poderia ficar de fora de festa que celebra a culinária mineira. Quem foi o responsável por trazer o ilustre ingrediente foi o chef Leonard Espíndola, da Cantina do Léo em Montes Claros. Pelos cálculos de Léo, tem muito mais pessoas que amam o pequi do que as que odeiam. Somente na tarde de ontem, ele vendeu 750 porções de arroz com pequi. "Confesso que estou surpreendido. Superou o que imaginei. Vim do Norte de Minas com uma expectativa e foi muito melhor do que imaginava", afirmou.